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"Rei do Bolero", Lindomar Castilho morre aos 85 anos após vida marcada por sucesso e crime

Cantor ganhou fama nacional com músicas como “Você é doida demais”, mas ficou marcado pelo assassinato da ex-esposa em 1981, caso de grande repercussão no país.

20/12/2025 às 11h04

O cantor e compositor Lindomar Castilho, conhecido nacionalmente como o “Rei do Bolero”, morreu neste sábado (20), aos 85 anos. A informação foi confirmada através das redes sociais de sua filha, Lili De Grammont. Até o momento, a causa do falecimento não foi divulgada pela família ou por porta-vozes, e detalhes sobre velório e enterro também não foram tornados públicos.

Natural de Rio Verde, no interior de Goiás, Lindomar Castilho construiu uma carreira significativa no cenário musical brasileiro entre as décadas de 1960 e 1970, tornando-se um dos artistas mais populares do gênero romântico e brega. A voz marcante e a interpretação emotiva em canções como “Você É Doida Demais” e “Vou Rifar Meu Coração” garantiram ao cantor grande presença nas paradas de sucesso e forte conexão com o público da época.

"Rei do Bolero", Lindomar Castilho morre aos 85 anos após vida marcada por sucesso e crime - (Reprodução/X) Reprodução/X
"Rei do Bolero", Lindomar Castilho morre aos 85 anos após vida marcada por sucesso e crime

A canção “Você É Doida Demais” alcançou nova projeção anos depois ao ser usada como tema de abertura da série de televisão “Os Normais”, exibida pela TV Globo no início dos anos 2000, o que apresentou o artista a uma geração mais jovem.

Apesar de sua contribuição à música popular, a trajetória de Lindomar Castilho também ficou marcada por um episódio de grande repercussão fora dos palcos. Em 1981, ele foi condenado pelo assassinato da própria ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação em São Paulo. Lindomar disparou tiros contra ela, que morreu em decorrência dos ferimentos. O caso teve ampla repercussão na imprensa e na sociedade brasileira.

O julgamento, ocorrido em 1984, resultou em uma sentença de 12 anos e dois meses de prisão por homicídio, pena da qual ele cumpriu parte antes de obter liberdade definitiva na década de 1990. O episódio se tornou um marco no debate sobre violência doméstica no país e está associado a discussões sobre as chamadas teses jurídicas relacionadas a crimes passionais, que vêm sendo amplamente questionadas nas últimas décadas.

Após deixar o sistema prisional, Lindomar Castilho tentou retomar sua carreira musical, lançando um álbum ao vivo em 2000, mas não conseguiu recuperar o mesmo nível de sucesso dos anos anteriores. Com o passar do tempo, o artista passou a viver de forma mais reservada, longe da mídia e dos palcos.

Nas redes sociais, a filha do cantor publicou uma mensagem de despedida que refletiu tanto sobre a finitude da vida quanto sobre o impacto complexo do passado de seu pai na própria história da família. Lili De Grammont expressou que o episódio trágico influenciou profundamente a vida de todos e ressaltou a importância de reflexão e aceitação diante da humanidade e das falhas humanas.

Lindomar Castilho deixa um legado musical que atravessou gerações e continua evocando lembranças tanto por suas contribuições artísticas quanto pelas controvérsias que marcaram sua vida pessoal. Sua morte ocorre em um momento de revisitação de parte de sua obra e de sua biografia, que mistura reconhecimento artístico e discussões sociais mais amplas.


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Com supervisão de Ithyara Borges.