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Mais de 30% dos brasileiros que comprarão presentes de Natal têm contas atrasadas

Pesquisa da CNDL aponta que período natalino pressiona orçamento e aumenta risco de inadimplência entre consumidores brasileiros.

16/12/2025 às 16h10

A aproximação das últimas semanas de dezembro traz consigo o período natalino e, consequentemente, o consumo impulsionado por presentes e comemorações, que volta a pressionar o orçamento das famílias brasileiras e pode agravar a situação de quem já enfrenta dificuldades financeiras. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que 33% dos consumidores que pretendem comprar presentes neste Natal possuem contas em atraso, sendo a maioria já está com o nome negativado.

O levantamento foi realizado nas 27 capitais brasileiras e revela, ainda, que 72% dos consumidores com dívidas em atraso estão com o nome sujo. O cenário se agrava ainda mais pelo comportamento de consumo identificado na pesquisa, que mostra que 22% dos entrevistados que pretendem presentear costumam gastar mais do que podem, especialmente entre os mais jovens.

Mais de 30% dos brasileiros que comprarão presentes de Natal têm contas atrasadas - (Reprodução/Freepik) Reprodução/Freepik
Mais de 30% dos brasileiros que comprarão presentes de Natal têm contas atrasadas

Além disso, 9% afirmam que pretendem deixar de pagar alguma conta para conseguir comprar presentes, o que contribui para a projeção de que cerca de 14,8 milhões de brasileiros podem se tornar inadimplentes devido aos gastos exagerados com as compras natalinas.

As despesas não se limitam somente aos presentes. De acordo com os dados levantados, 10% dos entrevistados pretendem deixar de pagar alguma conta para participar das festas de Natal, enquanto 11% admitem que farão o mesmo para conseguir participar das comemorações de Ano Novo.

Entre as contas mais afetadas estão serviços essenciais e compromissos fixos, como internet (citada por 17% dos entrevistados), contas de água e luz (segundo 11% dos consumidores) e até mesmo financiamento da casa (citado por 10%). Também aparecem na lista contas de telefone (10%), mensalidade escolar e TV por assinatura (ambos citados por 9%).

O presidente da CNDL, José César da Costa, avalia que os números revelam um sinal de alerta para o planejamento financeiro das famílias. De acordo com o gestor, o impulso de consumo típicos do período de final de ano, ainda que compreensível, pode ampliar o endividamento e comprometer o início do ano financeiro seguinte. Costa lembra, ainda, que além das despesas de fim de ano, o consumidor precisa considerar gastos adicionais que chegam logo no começo do ano, como IPVA, IPTU e material escolar.

O levantamento também aponta dados sobre o impacto do consumo natalino nos lares que possuem crianças. Em 41% dos casos, os filhos participam do processo de escolha dos presentes, enquanto 43% dos pais afirmam decidir sozinhos. Mesmo assim, 22% dos entrevistados dizem que pretendem deixar de pagar alguma conta para atender aos desejos dos filhos. Para a CNDL, esse comportamento pode gerar consequências prolongadas para o orçamento familiar, transformando uma satisfação momentânea em dificuldades financeiras nos meses seguintes.

Outro dado que chama atenção é o efeito das compras feitos no ano anterior. Segundo a pesquisa, 22% dos consumidores que compraram presentes no Natal de 2024 ficaram com o nome sujo em função das dívidas em atraso. O valor médio dessas dívidas foi de R$ 1.084, o que indica que mesmo gastos considerados moderados podem resultar em inadimplência quando não há o devido planejamento.


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Com supervisão de Nathalia Amaral.