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Grupo de caminhoneiros inicia paralisação nesta quinta (04); entenda

A Fetrabens diz que a paralisação não tem apoio institucional nem deliberação oficial da entidade

04/12/2025 às 09h07

Um grupo de caminhoneiros anunciou uma paralisação nacional a partir desta quinta-feira (04), após o protocolo de uma pauta de reivindicações em Brasília. A convocação ocorre em meio a divergências internas na categoria e enquanto entidades representativas, como a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo, afirmam não reconhecer, apoiar ou deliberar institucionalmente sobre a paralisação.

Grupo de caminhoneiros inicia paralisação nesta quinta (04); entenda - (Thomaz Silva/Agência Brasil) Thomaz Silva/Agência Brasil
Grupo de caminhoneiros inicia paralisação nesta quinta (04); entenda

A paralisação foi anunciada por lideranças independentes que alegam insatisfação com o cumprimento de leis já existentes e cobram melhorias nas condições de trabalho da categoria. De acordo com os organizadores, Chicão Caminhoneiro, o movimento seria resultado de conversas entre grupos de caminhoneiros de diferentes regiões do país, que teriam decidido iniciar a mobilização a partir do dia 4 de dezembro.

“Esse projeto está sendo construído a várias mãos. É uma situação que demanda preocupação na categoria. Em discussão com as lideranças de todo o Brasil a gente tomou a decisão de startar esse processo, chamando os nossos irmãos caminhoneiros para estarem conosco, trabalhando e buscando pelos nossos objetivos, fazendo com que as leis que existem e que infelizmente não são aplicadas para nossa categoria comecem a ser respeitadas. Estamos fazendo dentro da legalidade, protocolando na presidência da república, conforme estabelece o direito de greve, citado na constituição brasileira”, destacou.

Essa articulação ocorre em um cenário de recorrentes tensões no setor de transporte rodoviário, marcado por queixas sobre custos operacionais, fiscalização, segurança nas estradas e aplicação de direitos já previstos em lei. Ainda assim, não há confirmação de adesão em larga escala nem apoio formal das principais entidades sindicais da categoria, o que torna a dimensão real da paralisação incerta.

Ele reforçou que a greve seguirá os trâmites legais e não deverá impedir a circulação de pessoas. “Quero deixar claro para todos os amigos do Brasil que esse é um movimento de guerreiros, um movimento de caminhoneiros, lutadores, mas que temos que ter respeitos às leis. Não podemos impedir o ir e vir das pessoas. Temos que respeitar toda a legislação que é imposta à categoria no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas. A gente tem que zelar pelo que é correto. Queremos os nossos direitos, mas não podemos atrapalhar a vida de ninguém”, declarou.

Grupo de caminhoneiros inicia paralisação nesta quinta (04); entenda - (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil
Grupo de caminhoneiros inicia paralisação nesta quinta (04); entenda

O desembargador aposentado Sebastião Coelho esteve presente no ato de protocolo da paralisação em Brasília. “Nós estamos aqui no protocolo da presidência da república, fazendo esse protocolo do movimento, que começará no próximo dia 4, para dar apoio jurídico ao movimento.”

Apesar de afirmarem que a paralisação não possui viés político, Sebastião Coelho, aliado de Jair Bolsonaro, convocou na semana passada apoiadores do ex-presidente para uma mobilização em defesa da anistia. Em publicação recente, declarou:

“Nós já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance até aqui, sem qualquer resultado. E qual é o objetivo dessa paralisação? A anistia. Anistia ampla, geral e irrestrita para todos do 8 de Janeiro e para o presidente Bolsonaro, que representa todos. Qual é o destinatário dessa paralisação? O Congresso Nacional, que está de costas para o povo brasileiro.”

Ele afirmou ainda que outras categorias também devem aderir ao movimento, com exceção dos serviços essenciais. “Os únicos setores que não podem parar são bombeiros, hospitais e ambulâncias. Os demais todos podem parar. Será uma paralisação total? De início, dificilmente. A paralisação deve ser por setores. Quem é líder de um setor, chama a paralisação do seu setor. A partir do início de um setor, os demais vêm para agregar, para somar. E a partir dessa união de todos nós, poderemos resgatar o nosso país.”

Fetrabens nega vínculo com a paralisação

Em nota, a Fetrabens afirmou que não participa, não convoca e não possui qualquer deliberação institucional relacionada à paralisação anunciada. Segundo a entidade, embora haja conhecimento de manifestações individuais e espontâneas de caminhoneiros, essas ações não são organizadas nem estimuladas pela federação.

A instituição destacou que qualquer decisão coletiva envolvendo a categoria precisa passar por canais formais de comunicação e deliberação, o que, segundo informou, não ocorreu neste caso. Assim, a paralisação não tem respaldo do sistema sindical ao qual a federação está vinculada.

“A Fetrabens e seus sindicatos filiados vêm a público esclarecer que a chamada ‘União Brasileira dos Caminhoneiros’ e seus representantes não possuem legitimidade para falar em nome dos caminhoneiros brasileiros. Trata-se de um grupo sem CNPJ, sem representatividade formal e que não integra o sistema sindical legalmente constituído. É preocupante que integrantes desse grupo tentem instrumentalizar a categoria para objetivos de natureza política, colocando em risco a estabilidade nacional e usando o nome dos caminhoneiros de maneira indevida”, informou.


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Com supervisão de Nathalia Amaral