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Embriagado e de chinelo: especialista explica desempenho de corredor que desafiou a lógica

O treinador esportivo Jefferson da Silva, explica como foi possível o paraense Isaque, cruzar a linha de chegada antes de diversos atletas, mesmo visivelmente sem condições

04/08/2025 às 15h36

Viralizou no último fim de semana, o vídeo de um corredor de chinelos e embriagado, à frente de dezenas de corredores altamente preparados, durante uma corrida de rua de 8 km, em Garrafão do Norte, no interior do Pará. Mesmo indo contra pilares bem definidos para ter um bom desempenho em corridas, o treinador esportivo Jefferson da Silva, explica como foi possível o paraense Isaque, cruzar a linha de chegada antes de diversos atletas, mesmo visivelmente sem condições.

Embriagado e de chinelo: especialista explica desempenho de corredor que desafiou a lógica - (Reprodução/Instagram) Reprodução/Instagram
Embriagado e de chinelo: especialista explica desempenho de corredor que desafiou a lógica

Para o treinador esportivo, o feito realizado por Isaque foi o oposto do que é considerado ideal para ter um bom desempenho. "O que aconteceu foi algo completamente fora do comum, muito diferente do que estamos acostumados a ver no esporte e no contexto das corridas de rua. Eu que sou treinador de alto rendimento, conheço algumas histórias, mas isso foge totalmente do padrão do que estamos acostumados a ver e entender sobre o que é bom para se ter uma boa performance na corrida", comentou.

Ele justifica pelo fato de existir pilares bem definidos para que os corredores tenham êxito em provas como corrida, como por exemplo, uma boa noite de sono, alimentação equilibrada, hidratação adequada, não consumir álcool antes da prova, treinamento constante e uso de equipamentos adequados, como tênis de qualidade.

Diante dos fatos, o treinador acredita que a fisiologia não consegue explicar o porquê do bom desempenho obtido, mas outros fatores ajudam a entender como Isaque, mesmo embriagado e de chinelo, conseguiu desbancar corredores equipados e preparados. Segundo Jefferson, a estrutura compatível com a corrida pode ser considerada um fator decisivo.

"O Isaque tem uma estrutura corporal naturalmente compatível com a corrida, ou seja, ele nasceu para correr, eu acredito nisso. Por mais que ele tenha tido um estado motivacional, ele não teria conseguido isso sem uma estrutura apta para conseguir responder bem às forças da corrida a força gravitacional, os reflexos da corrida que são necessários para permitir um ajuste mecânico, um ajuste biomecânico dele durante a corrida", pontuou.

O emocional pode ter sido um fator que também contribuiu para que Isaque cruzasse a linha de chegada. Correr sem pressão, sem objetivo, o impulsionou a responder melhor durante a prova.

"Fora a estrutura, compatível para o contexto da corrida, o segundo ponto é que ele não carregava nenhuma expressão emocional ou expectativa sobre prova. Aí entra a questão psicológica. Ele foi correr sem pressão nenhuma, não tinha o objetivo de ganhar, nem de competir. Isso faz total diferença, especialmente no aspecto psicológico. A ausência de cobrança fez com que ele relaxasse. Diferentemente dos atletas que treinam para isso. Então eles se cobram mais para ter no mínimo um desempenho porque eles fazem isso durante uma rotina voltada exclusivamente para isso", destacou.

Ainda segundo Jeferson, canalizar a situação e agir com "frieza", por estar na frente de dezenas de corredores, mesmo com todos os fatores contra, é algo visto em atletas experientes de alta performance, usado a favor do medalhista. Para o treinador, se ele estivesse no meio dos corredores e não na frente, a fadiga seria mais extenuante e ele teria parado. Novamente, o emocional falou mais alto e ele resolveu seguir em frente.

Por fim, Jefferson reforça que apesar das adversidades, ele acredita que a estrutura apta e o emocional foram os responsáveis para que o corredor paraense cruzasse a linha de chegada e recebesse a merecida medalha.

"Além da estrutura dele ser apta para o contexto da corrida, eu acredito que a tranquilidade mental dele, vinda justamente do fato de não ter responsabilidade com a competição, foi um dos principais motivos que permitiram que ele desempenhasse tão bem. Ele não tinha nada a provar, não tinha nenhuma pressão, e isso libertou da tensão que costuma travar muitos atletas. O caso do Isaque mostra que embora a ciência do esporte nos dê diretrizes seguras, o ser humano ainda pode nos surpreender, principalmente quando mente e corpo, por alguma reação inesperada, se alinham no momento certo", finalizou.


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