O deputado federal piauiense Castro Neto (PSD) apresentou projeto de lei na Câmara Federal para aumentar em até 40 anos a pena para homicídios de idosos no Brasil. O texto altera o decreto-lei de dezembro de 1940 para tornar o chamado gerontocídio crime autônomo e adequar majorantes nos crimes de homicídio e lesão corporal praticados contra a pessoa idosa.
No momento, o projeto se encontra na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa antes de ser levado a plenário. A proposta é que a pena por matar alguém maior de 60 anos resulte em prisão de 20 a 40 anos. Só entre os anos de 2020 e 2023, foram registradas no Brasil 408.395 denúncias de violações de direitos da pessoa idosa, com um acréscimo de cerca de 50 mil casos só em 2023.
Em 2024, o Disque 100 registrou mais de 657 mil denúncias de violação de direitos humanos e um total significativo desse número é referente à pessoa idosa. Só no primeiro semestre de 2025, foram mais de 72 mil denúncias e aproximadamente 419 mil violações de direitos contra pessoas idosas recebidas pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, sendo que os três primeiros meses do ano registraram crescimento de 38% nas denúncias em relação ao ano anterior.
Chama atenção, segundo Castro Neto, o fato de a pirâmide etária brasileira estar aos poucos se transformando em um retângulo dado ao aumento da população idosa.
“Em 2023, a população com 60 anos ou mais atingiu 15,6%, ultrapassando a porcentagem de pessoas de 15 a 24 anos, que era de 14,8%. Isso, segundo o IBGE. Em 2026 vamos ter 33% da população brasileira acima de 60 anos. Vai ser outra forma de pensar as políticas públicas. Quer dizer, passamos 70 anos construindo creches e escolas pensando no agora. Mas quais as políticas públicas que estão sendo feitas hoje prevendo este futuro de envelhecimento da população brasileira?”, questiona o deputado.
O projeto de aumento de pena para o gerontocídio está na Comissão doe Defesa da Pessoa Idosa aguardando uma nova designação de relator, já que o antigo, deputado Luciano Alves (PSD-PR), deixou de integrar o grupo.
“Desaposentação”
Além do aumento de pena para o gerontocídio, outro projeto de lei que contempla a população idosa do Brasil tem participação de um membro da bancada federal piauiense. O deputado Castro Neto (PSD) é o relator do projeto de lei que trata da “desaposentação”. A proposta visa regulamentar a renúncia da aposentadoria para quem continua trabalhando e contribuindo, permitindo o recálculo do benefício.
Em entrevista ao jornal O Dia News, o parlamentar disse que a proposta busca consertar um problema que não existia na década de 80, quando a Constituição Brasileira foi promulgada. “A pessoa que antigamente trabalhava, se aposentava, ia pra casa e recebia sua aposentadoria Com o avanço da medicina, da qualidade de vida e da saúde mental, a pessoa idosa se aposenta e continua a trabalhar. Mas o que ela trabalha depois que se aposenta não entra de contribuição para o que ela recebe. Ela se aposentou e continua trabalhando, mas não tem reajuste porque está aposentada. É um problema que a Constituição não previa, por isso apresentei o projeto da “desaposentação”.
O projeto não se aplica a todos os tipos de aposentadoria, como a por incapacidade permanente e a aposentadoria especial. O texto foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, mas aguarda avaliação de outras comissões na Câmara.
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