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Câncer de intestino: 75% dos casos são diagnosticados em estágios avançados

O INCA estima que mais de 45 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil ao longo de 2025

13/07/2025 às 10h09

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é uma das doenças oncológicas que mais preocupa atualmente no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de que mais de 45 mil novos casos sejam diagnosticados no país ao longo de 2025. Já a Fundação do Câncer projeta um aumento de 21% na incidência da doença até 2040, reforçando a necessidade urgente de conscientização e prevenção.

A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) alerta que entre 75% e 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágios avançados, o que reduz significativamente as chances de cura e exige tratamentos mais agressivos, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias complexas. No entanto, quando descoberto precocemente, o câncer colorretal tem alta taxa de cura, podendo inclusive ser evitado com exames preventivos, como a colonoscopia.

Câncer de intestino: 75% dos casos são diagnosticados em estágios avançados - (Divulgação/Freepik) Divulgação/Freepik
Câncer de intestino: 75% dos casos são diagnosticados em estágios avançados

Segundo a coloproctologista Conceição Aquino, médica especialista em saúde intestinal, trata-se de uma doença maligna cuja incidência tem aumentado nos últimos anos. “Hoje, já é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres e também entre os homens, e a grande maioria dos casos vem depois dos 50 a 60 anos”, destaca.

A principal causa da doença está relacionada ao estilo de vida, com alimentação rica em alimentos ultraprocessados, baixo consumo de fibras, falta de atividade física, além do uso frequente de bebidas alcoólicas e alterações no hábito intestinal.

O câncer de intestino afeta, em sua maioria, pessoas a partir dos 50 anos, mas também pode atingir pacientes a partir dos 45 anos. Por ser uma doença silenciosa, em muitos casos, os sintomas só aparecem quando o quadro já está avançado. Por isso, a prevenção e o rastreamento regular são essenciais para detectar alterações antes mesmo do surgimento dos sintomas.

A colonoscopia permite identificar o câncer ainda em fase inicial ou até mesmo lesões pré-malignas, como os pólipos. Quando retirados a tempo, eles não evoluem para câncer. Esse é o melhor cenário: diagnosticar antes dos sintomas e aumentar as chances de cura

Conceição Aquino médica coloproctologista, especialista em saúde intestinal

Os sinais mais comuns do câncer de intestino são: sangramento ao evacuar; alteração no hábito intestinal (prisão de ventre ou diarreia frequente); oscilação entre intestino preso e solto; perda de peso sem causa aparente; estufamento abdominal; falta de apetite e Vômitos, em casos mais avançados.

Nos casos mais graves, quando há metástase, ou seja, quando o câncer se espalhou para outros órgãos por meio da corrente sanguínea ou do sistema linfático, a cura torna-se improvável. A taxa de sobrevida após cinco anos, nesses casos, é inferior a 10%.

“Infelizmente, uma vez que o paciente tem metástase, dificilmente conseguimos atestar a cura. As células do câncer não são visíveis a olho nu, nem os exames conseguem identificar, e só conseguimos identificá-las quando há novos tumores. O que conseguimos é a remissão, controlando e diminuindo a doença ao máximo com cirurgia e com quimioterapia”, lamenta a médica.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer colorretal é feito por meio da colonoscopia com biópsia. Caso seja confirmado, o paciente passa por um processo chamado estadiamento, que avalia o grau do tumor e se já houve comprometimento de outros órgãos. Cada plano terapêutico é individualizado e leva em conta o estado geral de saúde do paciente, o estágio do câncer e os possíveis riscos.

A definição do tratamento depende da localização do tumor: se estiver no intestino grosso (cólon), geralmente o tratamento começa com cirurgia, seguida ou não de quimioterapia. Já quando o tumor está localizado no reto, o protocolo costuma ser diferente, iniciando-se com quimioterapia e radioterapia, depois o paciente passa pela cirurgia, e eventualmente é feita nova quimioterapia, dependendo do caso.

Rastreio deve começar aos 45 anos

Considerando os altos índices da doença e seu caráter silencioso, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e outros órgãos de saúde recomendam que o rastreio do câncer colorretal comece a partir dos 45 anos, mesmo na ausência de sintomas.

“Quando identifica nos estadios mais iniciais, é plenamente passível de cura, por isso, é muito importante que o paciente faça o rastreio e a prevenção. Que homens e mulheres acima de 45 anos procurem o coloproctologista para iniciar o rastreio do câncer colorretal e evitar ter essa doença no futuro”, afirma Conceição Aquino.

Já para aqueles que apresentam sintomas relacionados ao funcionamento do intestino, a orientação é procurar ajuda médica o quanto antes, para que, caso haja relação com o câncer intestinal, o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento tenha mais chances de ser eficaz e levar à cura.


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