Por décadas, Teresina carregou o título de “cidade verde”, codinome, carinhosamente, dado pelo poeta e escritor maranhense Coelho Neto. Apesar de não ser mais referência pela abundância de árvores, a capital piauiense ainda mantém seus viveiros funcionando. Assim como as plantas, o sentimento em ver uma cidade arborizada continua enraizado no coração da população, e isso tem sido possível através da distribuição de mudas.
Atualmente, Teresina conta com três viveiros municipais ativos, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). O primeiro fica localizado na sede da própria Semam, dentro do Parque da Cidade, no bairro Primavera, zona Norte. Ainda nessa região, o segundo viveiro está instalado no Jardim Botânico, no bairro Mocambinho. Já o terceiro ponto de distribuição fica na zona Leste, no prolongamento da Avenida Professor Arimateia Santos. Esses espaços funcionam como centros de produção e distribuição de mudas e estão abertos à população.
Para retirar as mudas, é preciso apresentar um documento de identificação e um comprovante de residência. Cada pessoa pode receber até cinco mudas por vez. As espécies ofertadas variam conforme a época do ano e a disponibilidade de sementes, mas incluem tanto árvores nativas quanto frutíferas. Entre as nativas, destacam-se o caneleiro e a sambaíba. Já entre as frutíferas mais procuradas estão o abacate, caju, manga, mamão e goiaba.
Segundo Ribamar Rocha, coordenador de arborização urbana da Semam, a escolha das espécies depende do tamanho do terreno disponível e do objetivo do morador. “Quem busca sombra, por exemplo, tende a procurar árvores de porte maior”, explica.
No entanto, nem toda planta é adequada para o ambiente urbano. Ribamar alerta para os riscos do plantio de espécies exóticas e invasoras, como o Nim, originário do sul da Ásia. Apesar de crescer rapidamente e fornecer sombra, essa árvore é extremamente competitiva, dificultando o desenvolvimento de outras espécies ao redor. “Ela tem boa aceitação porque cresce rápido e dá muita sombra, mas tem essas questões ambientais e exige cuidados”, reforça.
Outro ponto importante, e que Ribamar Rocha chama atenção, é a necessidade de evitar o plantio aleatório de mudas. Em muitos eventos, árvores são distribuídas sem qualquer tipo de orientação, o que pode causar sérios problemas quando são plantadas em locais inadequados.
Árvores de grande porte, por exemplo, quando plantadas muito próximas de calçadas, postes ou fiações elétricas, podem gerar conflitos com a infraestrutura urbana. “O ideal é sempre ter a planta certa no lugar certo”, pontua Ribamar. Caso a pessoa deseje plantar uma árvore em local público, é necessário consultar previamente a Semam para verificar a viabilidade e evitar transtornos futuros.
Pensando em ampliar o acesso à informação, a Semam está desenvolvendo um projeto que prevê a instalação de QR Codes nas mudas distribuídas. A partir desse código, a pessoa poderá acessar dados básicos sobre a planta, como o local indicado para o plantio, qual deve ser evitado, bem como os cuidados necessários que devem ser dados a cada planta. A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de educação ambiental e uso racional das espécies vegetais na cidade.
A Secretaria também realiza campanhas para incentivar a reutilização de materiais. Um dos pedidos feitos à população é a doação de sacos plásticos usados, como os de arroz ou feijão. Esses recipientes são bastante resistentes e ideais para a produção de novas mudas, contribuindo para a economia circular e a redução de resíduos sólidos.
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