Quem corre diz que a sensação de liberdade é incomparável. Há quem desafie os próprios limites, há aqueles que consideram o esporte um ofício. E há quem veja na corrida de rua uma válvula de escape para os problemas do corpo e da mente. Para Sônia Barbosa, 61 anos, correr é sinônimo de cura. Ela conta que entrou no universo da corrida para escapar de uma depressão e viu no esporte a possibilidade de ter não só o corpo são, mas a mente sã também.
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Sônia participou do Circuito O Dia Corrida de Rua, que aconteceu no último sábado (05) em Teresina. A corrida movimentou centenas de atletas amadores e profissionais, mas também aqueles amantes do esporte e que se desafiaram a correr pela primeira vez. O Circuito O Dia não foi a primeira corrida de Sônia, mas comprovou para ela mesma a escolha da modalidade foi um grande acerto.
“Eu faço parte de uma assessoria e tenho treinos semanais três a quatro vezes. Entrei nesse mundo da corrida por acaso, a convite de uns amigos da família e do meu marido. Mas também para escapar da depressão. Eu sempre fui uma pessoa muito ativa e de repente me vi aposentada, sem saber o que fazer. Aquilo já começou a mexer com meu psicológico e uns amigos que participavam de corrida chamaram a mim e ao meu marido. Ele quis participar e me levou. Hoje eu não vivo sem corrida. Corro há oito anos”, explica Sônia.

Outra que também encontrou na corrida de rua uma espécie de terapia é a corredora Marília Costa. Assim como Sônia, ela viu no Circuito O Dia Corrida de Rua mais uma oportunidade de colocar a mente no lugar. Marília conta que recentemente conheceu o burnout (exaustão física e mental associada ao trabalho em excesso) e começou a desenvolver ansiedade. A corrida a ajudou a lidar com esse quadro e lhe deu maus um motivo para cuidar melhor de si mesma.
“A ansiedade e o burnout bateram e eu falei para mim mesma que tinha que tentar fazer alguma coisa. Passei algumas semanas na caminhada antes de começar a correr de fato e acredito que aqui [no Circuito O Dia] é o momento de dar aquela esticada. Hoje a corrida para mim é uma saída para algo que me pegou de uma forma devastadora. A corrida hoje é o que me dá uma fortaleza”, relatada Marília.

Corrida de rua é movimento e conexão com o próprio corpo para conhecer e desafiar os próprios limites. Há 40 anos o senhor João Cordeiro faz isso. Aos 80 anos, ele começou a correr para se manter em forma e se manter em movimento ante o risco de ficar em uma cadeira de rodas. “Eu tinha muitos problemas de saúde, de articulação e pensava que ia para a cadeira de rodas. Então iniciei na corrida. Hoje, correr pra mim é saúde. A corrida de rua tem dois objetivos: a saúde e a vida. Eu corro e me sinto vivíssimo aos meus 80 anos”, completa.
João Cordeiro é atleta profissional, medalhista, campeão e já marcou presença levando o nome do Piauí em competições nacionais como a Corrida de São Silvestre, por exemplo. O segredo para se manter ativo sempre, ele diz que é ter em mente que o corpo precisa estar em movimento. Se a mente trabalha a favor, o corpo, segundo seu João, responde. “Eu já somo hoje cerca de 350 corridas desde os meus 40 anos. Corro no Brasil inteiro e pretendo continuar enquanto tiver perna e disposição pra isso”, brinca.

O Circuito O Dia Corrida de Rua reuniu um público diverso na Avenida Raul Lopes no último dia 05. Entre corredores mais experientes tanto no número de competições, quanto na idade, um chamou a atenção: Samuel Luan, aos 12 anos completou o percurso com pique. Ao lado do pai, Leniton Rodrigues, ele correu os 5km do Circuito O Dia como uma preparação para corridas cada vez maiores e mais desafiadoras.
É uma tradição que o pai diz que tenta transmitir ao filho. Leniton também é corredor e passa para Samuel um pouco do que a corrida pode proporcionar para o corpo e a mente. “Ele, mesmo com a pouca idade, tem um índice de treino muito bom, é um menino esforçado nos estudos e no esporte, tanto na corrida, quanto no ciclismo e no atletismo. Aqui foi uma boa oportunidade de colocar ele mais uma vez em contato com esse universo do esporte”, explica Leniton, ao que Samuel completa: “Não é primeira corrida e nem vai ser a última. Eu quero correr porque gosto e porque me sinto motivado”, finaliza.
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