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A Ferrovia Transnordestina inicia, nesta semana, os primeiros testes de operação no trecho de 585 quilômetros que liga Bela Vista do Piauí, no Sul do estado, ao município de Iguatu, no Ceará. A primeira locomotiva está prevista para partir na quinta-feira (18), com uma composição de 20 vagões carregados de milho.
A etapa marca o começo da fase operacional da ferrovia após a liberação do transporte de cargas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que concedeu a Licença de Operação.
De acordo com a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), concessionária responsável pela construção e operação da ferrovia, os testes envolvem procedimentos de carga, descarga e circulação em marcha, com o objetivo de avaliar o desempenho da malha ferroviária e a segurança da operação. O transporte de mercadorias foi autorizado oficialmente na última quinta-feira (11), permitindo o início das atividades experimentais.
O início efetivo da operação comissionada será definido em conjunto com o Governo Federal e os governos do Piauí e do Ceará. A expectativa é que, após essa fase de testes, a ferrovia passe a transportar cargas de forma regular, ampliando as opções logísticas da região Nordeste. Quando autorizada a operação comercial, a Transnordestina deverá movimentar grãos, algodão, minérios, gesso, gipsita e contêineres, atendendo diferentes cadeias produtivas.
Projetada como um corredor logístico de alto desempenho, a ferrovia é considerada estratégica para o escoamento da produção regional. A ligação futura com o Porto do Pecém, no Ceará, deve ampliar a escala das operações e facilitar o acesso aos mercados nacional e internacional. Segundo representantes do governo federal, a chegada da ferrovia ao porto abre novas possibilidades de expansão e integração logística.
Paralelamente aos testes operacionais, a TLSA planeja a implantação de uma rede de seis a oito terminais logísticos ao longo do traçado da ferrovia. No Piauí, estão previstos terminais em Eliseu Martins e Bela Vista, sendo que este último deve receber investimentos estimados em R$ 50 milhões.
No estado do Pernambuco, os pontos estratégicos incluem Trindade e Salgueiro. No Ceará, além de Missão Velha e Maranguape, está previsto o terminal no Porto do Pecém, que contará com o Terminal de Uso Privado NELOG, do Grupo CSN.
A primeira fase do TUP NELOG está orçada em cerca de R$ 900 milhões e deve conectar a Transnordestina a outras ferrovias e ao porto, facilitando operações de exportação e importação. Parte dos terminais será construída e operada diretamente pela concessionária, enquanto outros, como os de Iguatu, Quixeramobim e Quixadá, serão implantados por parceiros privados em um modelo de condomínio logístico, no qual empresas instalam suas estruturas dentro da área de concessão da ferrovia.
O avanço da Transnordestina também é impulsionado pelo financiamento das obras. Na última semana, foi assinada a ordem de serviço para os lotes MVP 9 e 10, localizados nos municípios de Baturité e Aracoiaba, no Ceará. Com todas as frentes de obra mobilizadas no estado, o projeto gera atualmente mais de 6,5 mil empregos diretos.
Desde 2023, os recursos para a conclusão da ferrovia vêm sendo captados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. A finalização dos 19 lotes da Fase I está estimada em R$ 8 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões correspondem a aportes do governo federal, com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e do Fundo de Investimentos do Nordeste.
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