Sete piauienses foram resgatados em situação análoga à escravidão no município de Inhumas, em Goiás. Os trabalhadores atuavam cortando cana-de-açúcar em uma usina da região.
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No local, não havia camas e nem ambientes adequados para preparo e consumo de refeições. Também não havia instalações sanitárias, fazendo com que os trabalhadores tivessem que fazer suas necessidades fisiológicas no canavial.
Os piauienses eram oriundos dos municípios de São Raimundo Nonato, Piracuruca e Ipiranga do Piauí. Eles estavam alojados em barracos velhos e sem ventilação, que eram custeados pelos próprios trabalhadores, nas cidades de Inhumas, Araçu e Itaberaí.
Segundo Edno Moura, procurador do MPT-PI, os trabalhadores também foram obrigados a alugar moradias em municípios vizinhos para que a empresa empregadora não tivesse a obrigação de fornecer alojamento e alimentação.
“Infelizmente, além de estarmos resgatando trabalhadores aqui no Piauí, também estamos com um número elevado de trabalhadores piauienses sendo resgatados em outros Estados. Eles continuam sendo ludibriados, vítimas de propostas de trabalho que não se concretizam”, reforçou.
Mesmo com as irregularidades encontradas, o empregador se recusou a arcar com os pagamentos das verbas indenizatórias e com os danos morais individuais e coletivos. As passagens para que os trabalhadores pudessem voltar aos seus municípios de origem foram providenciadas pelos auditores.
Cada um dos trabalhadores vai ser beneficiado com o seguro-desemprego (que concede o pagamento de três parcelas de um salário mínimo). Além disso, o Ministério Público do Trabalho irá ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho para requerer o pagamento dos direitos devidos aos trabalhadores. Somente de verbas rescisórias, deveria ter sido pago R$ 950 mil.
Como denunciar?
As denúncias de casos de trabalho escravo podem ser feitas de forma anônima ou sigilosa por meio do Disque 100, pelo aplicativo Pardal, no site www.prt22.mpt.mp.br ou no sistema da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (ipe.sit.trabalho.gov.br). Se for no Piauí, as denúncias podem ser feitas, ainda, pelo whatsApp (86) 995447488, ou ainda de forma presencial.