O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), comentou a decisão do prefeito de Cajueiro da Praia, Felipe Ribeiro (PT), de solicitar sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores após ser suspenso pela executiva estadual da legenda, sob a alegação de infidelidade partidária. As declarações foram concedidas ao PortalODia.com nesta sexta-feira (26).

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Prefeito Felipe Ribeiro reafirmou o apoio no senador Ciro Nogueira.

A crise teve início na semana passada, quando o prefeito declarou apoio ao senador Ciro Nogueira (Progressistas), principal liderança da oposição no estado, durante um evento no município. A manifestação provocou reação imediata do presidente do diretório estadual do PT, deputado Fábio Novo, que determinou a suspensão partidária de Felipe Ribeiro. Em resposta, o gestor municipal anunciou o pedido de desfiliação.

Ao comentar o caso, Rafael Fonteles ressaltou que a fidelidade partidária é um princípio valorizado pelas legendas, mas destacou a importância do diálogo. “Eu acho que o presidente Fábio Novo, assim como todos os partidos políticos, coloca a fidelidade partidária como um item importante. Claro que o diálogo sempre vai prevalecer, para entender situações específicas, mas a defesa da fidelidade partidária é um princípio relevante”, afirmou o governador.

Fonteles evitou fazer uma avaliação direta do episódio envolvendo o prefeito, alegando não conhecer todos os detalhes do caso. Segundo ele, situações semelhantes ocorrem em diversas siglas, inclusive na oposição. “Eu poderia citar vários exemplos de partidos que chegaram a expulsar parlamentares de seus quadros. Mas cada caso tem suas especificidades, e eu não tenho conhecimento profundo desse caso específico. Por isso, acredito que é um momento de aguardar e investir no diálogo”, disse.

Assis Fernandes / O DIA

Rafael Fonteles, governador do Piauí

O governador também ampliou o debate ao relacionar a fidelidade partidária ao cenário eleitoral nacional e à governabilidade. Para ele, a escolha dos eleitores passa, cada vez mais, pelo alinhamento político entre o Executivo e o Congresso Nacional.

“A eleição mais importante é a de presidente e a do Congresso. Quem deseja, por exemplo, a reeleição do presidente Lula, tende a apoiar parlamentares alinhados com ele. Essa reflexão será feita pelos líderes, mas principalmente pelo povo”, declarou.

Por fim, ele acrescentou que o tema deve ganhar centralidade no próximo processo eleitoral, diante das dificuldades enfrentadas pelo governo federal. “Estamos vendo a dificuldade que o presidente Lula tem para avançar com sua agenda em Brasília, em razão de perseguições e sabotagens por parte de alguns membros do Congresso. Esse será um dos grandes temas do debate eleitoral”, concluiu.