Home
O IBGE divulga, nesta sexta-feira (14/11), os resultados das Contas Regionais do país referente ao ano de 2023, que apontaram que todas as 27 unidades da federação apresentaram crescimento no Produto Interno Bruto (PIB). Os resultados do levantamento para o Piauí, apurados em parceria do IBGE com a Secretaria de Planejamento do Estado do Piauí (SEPLAN), através do Centro de Inteligência em Economia e Estratégia Territorial (CIET), registraram um PIB para o estado da ordem de R$ 80,91 bilhões em 2023, crescimento de 3,1% em volume em relação a 2022.
O aumento é superior ao crescimento da região Nordeste (2,9%) e inferior ao registrado para o Brasil (3,2%). O crescimento do PIB piauiense foi o quinto maior entre os estados da região Nordeste e o décimo sexto maior entre os estados do país.
LEIA TAMBÉM
Desempenho do Piauí por setores
O setor de Serviços segue como o principal motor da economia piauiense. O Valor Adicionado Bruto (VAB) do segmento alcançou R$ 52,39 bilhões em 2023, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior. Mesmo representando 71,7% da economia estadual, o setor acumula queda proporcional desde 2002, quando respondia por 78,5% do VAB.
A Agropecuária apresentou crescimento em volume de 5,1%, chegando a R$ 9,67 bilhões em VAB. O resultado é puxado principalmente pela alta produtividade da soja e do milho nos cerrados piauienses. A participação do setor dobrou nas últimas duas décadas: passou de 6,8% do VAB estadual em 2002 para 13,2% em 2023.
Já a Indústria registrou VAB de R$ 10,96 bilhões, com expansão de 4,6%. O segmento aumentou discretamente sua participação na economia estadual: de 14,8% em 2002 para 15% em 2023. Para o diretor de Economia Aplicada e Estatística da Seplan, Diarlison Costa, os números confirmam um ciclo de crescimento sólido no estado. “Nós tivemos um crescimento de 3,1%, saindo da faixa de R$ 72 bilhões para R$ 80 bilhões de PIB nominal. Esse resultado é muito positivo, especialmente quando comparamos com 2022, que já havia sido um ano de forte recuperação pós-pandemia. Em 2023, o setor de serviços teve um retorno significativo e contribuiu mais que agropecuária e indústria, embora esses dois setores também tenham crescido em níveis muito bons”, disse ao O Dia.
Ao comparar o desempenho com 2022, ele reforça que o avanço dos serviços não representa queda no agro. “O percentual de contribuição do agro diminuiu porque o setor de serviços cresceu mais, mas a agropecuária seguiu expandindo acima de 5%, o que é muito expressivo diante das condições climáticas do Piauí”, relatou.
O superintendente do IBGE no estado, Leonardo Passos, destacou que o levantamento oferece um panorama estratégico para compreender o comportamento econômico do Piauí. “É um retrato macroeconômico que mostra onde a economia cresceu mais, o peso de cada setor e como o estado se posiciona em relação aos demais. O setor de serviços continua sendo o mais relevante, representando 71% do PIB piauiense, com destaque para comércio e reparação de veículos. Esses dados ajudam gestores, investidores e a população a entender a dinâmica econômica local”, concluiu.
O PIB do Brasil, em 2023, atingiu cerca de R$ 10,9 trilhões, evidenciando um crescimento em volume de 3,2% em comparação com 2022. Um total de 14 unidades da federação apresentaram um aumento de volume do PIB maior que o registrado para o país, enquanto outras 13 unidades registraram um aumento de volume inferior. Os maiores aumentos de volume no PIB ficaram com: Acre (14,7%), Mato Grosso do Sul (13,4%) e Mato Grosso (12,9%). O aumento verificado no PIB desses estados foi bastante impulsionado pelo setor agropecuário. Os menores aumentos de volume no PIB ficaram com: Rondônia (1,3%), Rio Grande do Sul (1,3%) e São Paulo (1,4%).
Apesar do crescimento do PIB do Piauí da ordem de 3,1% em 2023, sua participação em relação ao PIB total do país se manteve em 0,7%, a mesma ocupada em 2022, mantendo-se na 21ª. posição na classificação geral do PIB entre as unidades da federação.
SP tem o maior PIB do Brasil; Roraima, o menor
O estado de São Paulo apresentou o PIB de maior valor do país, com R$ 3,44 trilhões, o que representava 31,5% do PIB brasileiro. Na sequência vem o Rio de Janeiro, com R$ 1,17 trilhão (10,7%); e Minas Gerais, com R$ 971,97 bilhões (8,9%). O estado de Roraima apresentou o PIB de menor valor do país, com R$ 25,12 bilhões, o que representava 0,2% do PIB total do país. Em seguida, entre os PIBs de menor valor, temos o Acre, com R$ 26,29 bilhões (0,2%), e o Amapá, com R$ 28,02 bilhões (0,3%).
Na região Nordeste, o maior PIB foi o registrado pela Bahia, de R$ 430,98 bilhões. O PIB do Piauí, de R$ 80,91 bilhões, representava 5,3% do PIB nordestino, ocupando a 8ª. posição na região, superando unicamente o estado de Sergipe, que foi de R$ 60,81 bilhões. Entre as grandes regiões do país, a Sudeste foi a que apresentou o maior PIB, da ordem de R$ 5,79 trilhões, o equivalente a 53,0% do PIB total do Brasil. Na sequência temos a região Sul, com R$ 1,83 trilhão (16,8%); Nordeste, com R$ 1,51 trilhão (13,8%); Centro-Oeste, com R$ 1,15 trilhão (10,6%); e a Norte, com R$ 636,5 bilhões (5,8%)
PIB per capita do Piauí é o terceiro menor do país
Em 2002, o PIB per capita do estado do Piauí havia sido de R$ 2.440,70 e em 2023 atingiu R$ 24.736,15, registrando um crescimento de 913,5% no período. Apesar do expressivo aumento no PIB per capita do estado, este ainda é o terceiro menor do país em 2023, superando apenas o registrado para o Maranhão (R$ 22.020,63) e para a Paraíba (R$ 24.395,17). O PIB per capita do Brasil foi de R$ 53.886,67 e as unidades da federação com os maiores indicadores foram: Distrito Federal (R$ 129.790,44), São Paulo (R$ 77.566,27), Mato Grosso (R$ 74.620,05) e Rio de Janeiro (R$ 73.052,55).
Outra análise realizada tomando como base o PIB per capita é aquela que mede a razão entre o indicador das unidades da federação e o do país. Nessa comparação, no ano de 2002, a razão entre o PIB per capita do Piauí e o do país era de 0,29, o que significa dizer que o PIB per capita do estado era equivalente a 29% do registrado para o Brasil.
Já no ano de 2023, essa razão cresceu e passou para 0,46 ou o equivalente a 46% do PIB per capita do país, à frente somente da razão obtida para a Paraíba (0,45) e para o Maranhão (0,41). Dentre os estados da federação, as maiores razões do PIB per capita ficaram com: Distrito Federal (2,41), São Paulo (1,44), Mato Grosso (1,38), Rio de Janeiro (1,36) e Santa Catarina (1,25 ).
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.