A defesa de Francisco de Assis Pereira da Costa, réu no caso das mortes por envenenamento em Parnaíba, solicitou à Justiça a revogação da prisão preventiva. O pedido se baseia em um laudo do Instituto Médico Legal (IML) que apontou a presença de substância tóxica (terbufós) no organismo do réu, levantando a possibilidade de que ele também tenha sido vítima de envenenamento.
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De acordo com o advogado do réu, Herbert Assunção, o laudo comprova a presença da substância terbufós no organismo de Francisco de Assis. Ele explicou que o documento teria sido omitido pelo Ministério Público no momento da denúncia. “As testemunhas Delegado Abimael de Sousa Silva inquirida como testemunha no dia 05.09.2025, confirmou em juízo que Francisco de Assis de fato fez o exame o resultado deu positivo. Esse laudo foi omitido pelo Ministério Público por ocasião de denúncia”, disse o advogado.
Além disso, outro depoimento citado pela defesa é do Policial Militar Cleonildo Veras, que conduziu Francisco de Assis até o hospital. Segundo o advogado , o réu apresentou sintomas compatíveis com envenenamento ainda dentro da viatura, como sudorese intensa, mesmo com o ar-condicionado ligado.
"Outra testemunha, o Policial Militar Cleonildo Veras, que conduziu Francisco de Assis na viatura militar até o hospital confirmou que ele apresentou os sintomas ainda dentro da viatura militar, como sudorese intensa, mesmo com o AR condicionado ligado, confirmando o envenenamento atestado pelo laudo pericial”, acrescentou o advogado.
A defesa sustenta que as evidências levantadas pelo laudo podem fundamentar a revogação da prisão de Francisco de Assis. O réu está preso desde 8 de janeiro, junto com a esposa e Maria dos Aflitos Silva, e aguarda decisão judicial sobre sua possível ida a júri popular.
O Portal O Dia procurou o Ministério Público para esclarecimentos. O órgão informou que a tese da defesa ainda não foi formalmente encaminhada, e que, portanto, não há pronunciamento oficial até o momento. Quando houver registro formal nos autos, o Ministério Público deverá se manifestar. O espaço permanece aberto para futuras declarações.
Lucélia Maria é declarada inocente pela Justiça; relembre o caso
Nesta terça-feira (14), a Justiça declarou inocente Lucélia Maria, que havia sido acusada de envolvimento nos envenenamentos ocorridos em Parnaíba e chegou a ser presa e ter a casa destruída, nolitoral do Piauí. A informação foi confirmada pelo advogado Sammai Cavalcanti, que divulgou a decisão nas redes sociais e celebrou o resultado favorável à cliente.
Lucélia Maria foi presa em agosto de 2024, acusada de envenenar duas crianças em Parnaíba. Desde o início, ela negava qualquer envolvimento, mas apenas em janeiro de 2025 a polícia confirmou que os cajus doados por ela aos meninos João Miguel e Ulisses não estavam envenenados. O caso tomou nova direção quando, no início deste ano, outras nove pessoas da mesma família foram envenenadas. Todas eram parentes dos meninos João Miguel e Ulisses, que morreram em Teresina após ingerirem terbufós, substância tóxica conhecida como chumbinho.
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No início das investigações, a principal suspeita era de que o veneno estivesse nos cajus oferecidos por Lucélia. A presença de veneno de rato em sua residência levou à decretação da prisão preventiva. No entanto, com a divulgação do laudo pericial que comprovou a ausência de contaminação nas frutas, o rumo do inquérito mudou.
As investigações passaram a apontar Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, como o verdadeiro autor dos crimes. Segundo a Polícia Civil, Francisco teria planejado e executado os envenenamentos com a ajuda de Maria dos Aflitos Silva, mãe e avó das vítimas. Ainda conforme a polícia, os crimes foram premeditados. Outra vítima, Maria Jocilene, morreu após tomar um café envenenado na casa da família. As apurações também revelaram que ela mantinha um relacionamento extraconjugal com Maria dos Aflitos.
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