O governador Rafael Fonteles apresentou, durante a última assembleia-geral do Consórcio Nordeste 2025, um panorama das ações desenvolvidas pela instituição ao longo do ano e destacou as iniciativas que serão anunciadas oficialmente na tarde desta segunda-feira (1º/12). O encontro re[une governadores e vice-governadores de diversos estados do Nordeste e reforça a importância da cooperação interfederativa para o avanço das políticas públicas na região.

Segundo Fonteles, o evento marcará a apresentação do balanço das 18 câmaras temáticas, que reúnem equipes técnicas dos nove estados para discutir soluções conjuntas em áreas como segurança pública, saúde, educação, desenvolvimento econômico, agricultura, energia, meio ambiente, cultura e infraestrutura. Cada câmara atua na formulação de projetos, articulação institucional e construção de políticas regionais.

Além disso, o governador destacou que será anunciado um pacote de investimentos estruturado a partir da articulação do consórcio com instituições financeiras como BNDES, Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Finep, ampliando o volume de crédito produtivo disponível para empresas que investem na região.

Ezequiel Araujo/ODIA

Governador Rafael Fonteles durante a última assembleia-geral do Consórcio Nordeste 2025

Rafael Fonteles enfatizou que a ampliação do crédito tem sido uma das principais pautas defendidas por ele ao longo de sua presidência no Consórcio Nordeste. “Essa é a principal bandeira que levantei ao longo da presidência [do Consórcio Nordeste], pois identifico esse ponto como sendo o que mais dificulta a redução das desigualdades regionais, em relação ao Nordeste brasileiro. Ao crédito produtivo, para gerar mais emprego e renda, para que o Nordeste possa se aproximar ainda mais da média nacional, no que diz respeito à renda média, ao PIB per capita e indicadores socioeconômicos”, disse.

O governador lembrou que, apesar dos avanços registrados nos últimos anos, especialmente após a chegada do presidente Lula ao governo em 2003, ainda há distorções relevantes no acesso ao crédito no país. “Evoluímos muito ao longo desses últimos anos, mas ainda temos muitos desafios, e um deles tem a ver com essa distorção no mercado de crédito brasileiro para as empresas, para que elas possam alavancar e gerar mais emprego e renda no Nordeste”, relatou.

O governador destacou que, inicialmente, foi disponibilizada uma linha de R$ 10 bilhões destinada especificamente a empresas nordestinas. A demanda, porém, superou o valor disponibilizado.

Fonteles reforçou que o Nordeste possui grande potencial para liderar a industrialização baseada na energia limpa, especialmente com o avanço das fontes eólicas e solares. A meta é atrair indústrias que utilizem essa energia, e não transformar a região apenas em exportadora de eletricidade.

Outros setores estratégicos também devem ser impulsionados com a oferta de crédito, como a agropecuária, especialmente nos estados do Piauí e Maranhão; a economia digital, que vem ganhando espaço pela qualificação da mão de obra nordestina; e o turismo e a economia criativa, segmentos considerados de grande potencial pela diversidade cultural e geográfica dos nove estados.