Após o tarifaço de Donald Trump, que taxou em 50% uma gama de produtos brasileiros, o Governo do Piauí está buscando novos mercados para exportar o mel piauiense. O mel é um dos produtos que foram taxados pelos Estados Unidos. A Investe Piauí está fazendo estudos que apontam diversos países com potencial importador como Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido e China.
Estes países já compram o mel piauiense, mas de outras nações. Por isso o governo do Piauí entende que eles podem se tornar futuros parceiros comerciais. O levantamento foi feito para embasar decisões do Governo que possam amenizar o impacto negativo da taxação norte-americana ao mel piauiense. O Estado já prepara contatos com esses países para abrir mercados.
Gustavo Dias, gerente de Comércio Exterior e Acesso a Mercados da Investe Piauí, explica que a busca por novos destinos para o mel piauiense é uma estratégia de sobrevivência e reposicionamento. “Nosso estudo mostra que não podemos ficar reféns de um só mercado, por maior que ele seja. Há países com forte potencial importador, onde o mel brasileiro já é reconhecido e valorizado, e é para lá que precisamos olhar”, diz.
Mais de 87% de toda a receita com vendas externa de mel do Piauí veio dos Estados Unidos
Levantamento da Investe Piauí revela que, só em 2024, o Piauí exportou R$ 22,4 milhões em mel natural para os Estados Unidos, o que representou mais de 87% de toda a receita com vendas externa do produto. Entre os municípios que mais contribuíram estão São Raimundo Nonato, Picos, Itainópolis, Anísio de Abreu e Simplício Mendes.
Janete Mendes, gerente administrativa da Cooperativa de Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi), diz que muitas famílias são beneficiadas com a produção do mel. “Nós reunimos 292 cooperados, o que envolve cerca de mil pessoas na cadeia produtiva do mel”, comenta.
A abertura de mercados pela Investe Piauí tem o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Devolução de créditos
Enquanto procura novos mercados para o mel, o Governo do Piauí busca alternativas para reduzir o impacto da taxação americana no produto piauiense. No início de agosto, a Secretaria de Fazenda do Estado iniciou a devolução dos créditos de exportação. A compensação dos créditos é regulamentada pela Lei Kandir, que isentou as exportações de produtos da cobrança do ICMS.
“Essa lei assegura às empresas importadoras o direito delas receberem o ressarcimento do saldo credor acumulado do ICMS, pago nas operações anteriores, em decorrência das operações de exportações”, explica o superintendente da Receita Estadual, Graça Ramos.
Medidas do governo federal
Além das ações do Governo do Piauí, o governo federal também anunciou medidas para proteger o setor produtivo e os trabalhadores brasileiros contra o tarifaço dos EUA. O presidente Lula lançou, na quarta-feira (13), o Plano Brasil Soberano, que disponibiliza crédito a empresas mais atingidas, adiamento de arrecadação de impostos, estímulos via compras governamentais e apoio jurídico nos tribunais norte-americanos.
“O Plano Brasil Soberano não é apenas a reação a uma ameaça imediata, mas um plano de reconstrução e fortalecimento do sistema nacional de financiamento à exportação para que o país seja mais competitivo e menos vulnerável a medidas arbitrárias no futuro”, disse o governador Rafael Fonteles por meio de suas redes sociais.
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.