O prefeito de Monte Alegre do Piauí, Dijalma Gomes Mascarenhas, e o vice-prefeito, Clézio Gomes da Silva, tiveram seus mandatos cassados por abuso de poder político, coação de eleitores e compra de votos. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (27) pelo juiz titular da 35ª Zona Eleitoral, Antônio Fábio Fonseca de Oliveira. Dijalma e Clézio são alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).
Consta na denúncia que em 30 de novembro, os investigados teriam ameaçado um casal na localidade Riacho Morto com perda de moradia caso não manifestassem apoio às suas candidaturas. O prefeito e o vice teriam, ainda, prometido regularizar o imóvel onde o casal vivia como recompensa pela adesão ao seu projeto eleitoral. As testemunhas foram ouvidas em audiência no dia 28 de julho.
De acordo com TRE-PI, os atos atribuídos a Dijalma Mascarenhas e Clézio Gomes se configuram como abuso do poder político, captação ilícita de sufrágio (compra de votos) e coação eleitoral. A defesa dos dois alega, no entanto, que se trata de “construção artificial promovida pelo investigante”, afirmando que todas as testemunhas de acusação possuem vínculo de parentesco próximo entre si. Mas a Justiça pontuou que o processo não se baseia somente em provas testemunhais, mas também em documentação que corrobora as alegações de coação eleitoral e abuso de poder político.
Diz o juiz: “Restou comprovada de forma segura e inequívoca a prática de ilícitos eleitorais graves pelos investigados, então candidatos aos cargos de prefeito e vice-prefeito nas eleições municipais de 2024 em Monte Alegre do Piauí. O acervo probatório, composto por depoimentos múltiplos, coerentes e convergentes, corroborados por prova documental idônea, evidenciou, com suficiência, a materialidade e a autoria dos ilícitos de abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio”.
A magistrado julgou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) e determinou a cassação dos diplomas de Dijalma Mascarenhas e Clézio Gomes para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Monte Alegre do Piauí nas eleições de 2024, com consequente invalidação dos votos obtidos na respectiva chapa majoritária que concorreram. Os dois foram, ainda, declarados inelegíveis por oito anos a contar das eleições de 2024.
A reportagem de O Dia está tentando contato com os investigados, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
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