Gustavo Henrique Alves Pereira, o jovem que sofreu uma tentativa de homicídio após ser empurrado de um penhasco no último sábado (22) por um indivíduo identificado pelas iniciais A. G. A. B., que seria "amigo" dele, fraturou as vértebras L1 e L2 da coluna e seu estado é grave. Por conta do riso de perder movimentos do corpo, o caso requer cuidado médico redobrado e por isso Gustavo será transferido para o Hospital Universitário da UFPI, nos próximos dias.

Ao Portal O Dia, a tia de Gustavo, Cleomar Alves, informou que o estado de saúde é delicado e que a família está aguardando a abertura de vagas no HU para realizara a transferência. "No momento, ele está em quarto na fila; ontem ele estava em sétimo, hoje já em quarto. Eu não sei se ainda hoje conseguimos a vaga, mas assim que abri vamos transferir ele para o HU. Com fé em Deus, ele vai se recuperar", disse a tia de Gustavo.
A lesão de Gustavo está sendo avaliada pelos médicos. Uma fratura nas vértebras L1 e L2 (localizadas na região lombar da coluna vertebral) pode levar à perda de movimentos, dependendo da gravidade da fratura e de quais estruturas nervosas possam ser afetadas. A L1 e L2 fazem parte da parte superior da coluna lombar, próxima da transição entre a coluna torácica e a lombar. Se a fratura causar compressão ou lesão da medula espinhal ou dos nervos espinhais que se ramificam da região lombar, isso pode resultar em déficits motores, como fraqueza ou paralisia nas pernas (isso dependeria do grau da lesão).
Além disso, problemas na função da bexiga e intestinos também podem ocorrer se houver lesão na medula espinhal. Em fraturas mais leves, como as fraturas por compressão, os sintomas podem ser mais limitados, com dor nas costas e dificuldades de mobilidade, mas sem afetar diretamente os movimentos.
Vítima narrou momentos que viveu após cair de penhasco
A tentativa de homicídio ocorreu no último fim de semana. Gustavo foi empurrado de um penhasco no sábado (22) por um indivíduo identificado pelas iniciais A. G. A. B.. Ele só foi encontrado no dia seguinte (23) por volta das 8h pelo pai, primos e por alguns populares. Segundo Djaci Alves Pereira, pai da vítima, o suspeito havia levado Gustavo para um mato no sábado por volta das 15h45 e lá empurrou ele rochedo abaixo. Além disso, desferiu pauladas, tentou sufocar a vítima e quebrou o celular. A vítima foi encaminhada para uma hospital de Teresina e, do leito onde está internado, narrou a sua versão do ocorrido.

“Uma pessoa que eu considerava quase como um irmão pra mim fazer isso comigo. Ele simplesmente tava em um momento de boa comigo. A gente marcava vários rolês, várias coisas. A amizade que a gente tinha era muito forte, mais de sete anos de amizade. Aí não sei porque ele me chamou para a gente ir pra perto da ponte e simplesmente me empurrou lá de cima, sem explicação”, detalhou Gustavo Henrique.
“No começo ele desceu lá pra baixo onde eu estava falando que foi sem querer. Mas depois ele foi mostrando um olhar diferente, falando que a vontade dele era tirar a minha vida, e começou me sufocando com um cordão do short dele, que não deu certo porque o cordão ‘torou’ o cordão. Logo em seguida, ele achou um pau e falou que se não fosse com o cordão ia ser na paulada mesmo. E me deu seis pauladas. Todas as pauladas que ele dava, ele ficava perguntando se eu já estava vivo. Eu cheguei a me entregar, eu falei que esse era o meu destino, e ia aceitar”, narrou a vítima.
Foi aí que o jovem afirma ter se fingido de morto para escapar com vida. "Até que na quinta paulada, eu percebi que não ia resolver. Na sexta paulada, eu fiquei quieto e me fingi de morto; foi a única situação que vi que sairia de lá. E pedi a Deus uma segunda oportunidade. Se fosse para eu morrer, eu ia morrer naquele lugar mesmo, ou se fosse para mim ter sido uma segunda chance, meu pai iria me encontrar no outro dia. Ele (suspeito) foi embora e me deixou naquele lugar sozinho. Eu dormi no mato, todo arranhado. E consegui me alimentar somente com uma planta, que tem lá; consegui sugar um pouco de água que tinha nela e me alimentar”, lembra.
À Polícia Militar, os parentes de Gustavo afirmaram que o suspeito há dias o convidava para ir até aquele local, pois tinha tomado conhecimento que no celular do Gustavo Henrique havia algo "que comprometeria a liberdade de A. G. A. B.". A família foi orientada a registrar boletim de ocorrência na Delegacia de São Miguel do Tapuio para que fossem tomadas as providências cabíveis. Após esse procedimento, as investigações serão tomadas para elucidar o caso. O suspeito ainda não foi preso.
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