A audiência de instrução e julgamento de Maria dos Aflitos da Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa, acusados de envenenarem a família inteira em Parnaíba, será realizada a partir das 9h desta sexta-feira (5). Os dois seriam ouvidos hoje na Vara Criminal de Parnaíba, após a audiência, marcada inicialmente para o dia 30 de agosto, ser remarcada devido ao laudo de higidez mental de Francisco, que comprovou que o réu tem sanidade mental e pode responder pelo crime.
Na audiência de instrução e julgamento seriam ouvidas as testemunhas de defesa e acusação, os réus e os representantes da defesa e do Ministério Público.
Maria dos Aflitos e Francisco de Assis respondem por 23 crimes.
No caso dela, são quatro homicídios triplamente qualificados, quatro feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e denunciação caluniosa.
Segundo o advogado da Maria dos Aflitos, Márcio Mourão, o papel da defesa é demonstrar que os fatos do processo não necessariamente representam a realidade fática. De acordo com ele, o ponto crucial da defesa é observar esses elementos que estão ocultos e mostrar a real conduta da agente.
“Nos dois primeiros eventos [nas duas primeiras mortes], ela está sendo acusada por omissão. Ela não confessa um terceiro elemento nesse momento, mas nega os dois primeiros eventos, pois não teve como defender e/ou saber os fatos que aconteceram nesse momento. O papel da defesa é minimizar a acusação”, explica o advogado.
No caso de Francisco, os crimes imputados são quatro homicídios triplamente qualificados, três feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e um crime de fraude processual.
Maria dos Aflitos e Francisco de Assis são réus pelo envenenamento e morte de pelo menos sete pessoas da própria família, entre enteados, filhos, netos e sobrinhos. O caso chocou o Brasil e se tornou o maior registro de envenenamento familiar da história do país. Os primeiros envenenamentos ocorreram em agosto do ano passado, quando duas crianças deram entrada no HUT, em Teresina, com sinais de intoxicação. João Miguel e Ulisses Gabriel morreram semanas depois e a vizinha deles chegou a ser presa, acusada do crime.
No entanto, em janeiro deste ano, os demais membros da família das crianças também foram envenenados. Como na ocasião, a principal suspeita estava presa, o inquérito foi reaberto e Maria dos Aflitos e Francisco de Assis acabaram sendo presos como os verdadeiros autores dos crimes. Segundo a polícia, eles teriam colocado terbufós (inseticida) na comida servida aos familiares no almoço de ano novo. O crime teria sido premeditado.
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