Após a audiência realizada nesta sexta-feira (5), em Parnaíba, em que culminou na manutenção da prisão do casal acusado de envenenar a própria família em Parnaíba, o advogado Herbert Assunção, que defende Francisco de Assis Pereira, afirmou ao PortalODia.com, que seu cliente não é autor, mas também vítima no caso de envenenamento coletivo que chocou a cidade.
Segundo o advogado, laudos periciais anexados ao processo comprovam a presença de veneno no sangue de Francisco. “Consta no processo um laudo pericial que atesta veneno no Sr. Francisco. Levando em consideração a morte de uma vítima depois que ele já estava preso, e o mesmo modus operandi identificado em episódios distintos, a conclusão lógica é que o Sr. Francisco também foi vítima da Maria dos Aflitos”, declarou Assunção.
Ainda de acordo com a defesa, Francisco teria apontado a autoria dos crimes para outra vítima, identificada como Jocilene, mas, na avaliação do advogado, ele estaria tentando proteger Maria dos Aflitos. “O Sr. Francisco foi vítima da Maria dos Aflitos. Ele atribui a autoria dos crimes à Jocilene, mas está, na verdade, acobertando Maria”, afirmou.
O caso envolve duas datas-chave: 22 de agosto de 2024 e 22 de janeiro de 2025, quando familiares teriam sido envenenados em circunstâncias semelhantes. Para o advogado, a repetição do modus operandi reforça a versão de que seu cliente não agiu como autor.
Sobre o andamento do processo, Assunção explicou que, após a audiência de instrução, o juiz abriu prazo para o Ministério Público apresentar as alegações finais. Em seguida, será a vez da defesa se manifestar. “Logo em seguida, o magistrado proferirá a decisão de pronúncia, certamente encaminhando os acusados para serem julgados pelo Tribunal Popular do Júri, que é o juízo competente para julgar os crimes dolosos contra a vida”, finalizou.
O caso
Lucélia Maria foi presa em agosto de 2024, acusada de envenenar duas crianças, que morreram após ingerir terbufós, conhecido como chumbinho. A suspeita inicial era de que os cajus oferecidos por Lucélia às crianças estavam contaminados. Na casa dela, a polícia encontrou veneno de rato, o que reforçou a acusação e levou à sua prisão preventiva.
Porém, um laudo pericial posterior descartou a contaminação nos frutos, confirmando a inocência da acusada. As investigações avançaram e passaram a apontar Francisco de Assis como autor dos envenenamentos, com participação de sua companheira, Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas.
Segundo a Polícia Civil, os crimes foram premeditados pelo casal. Além das crianças e dos filhos de Maria dos Aflitos, Maria Jocilene também morreu após tomar um café envenenado na residência da família. A investigação revelou ainda que ela mantinha um relacionamento extraconjugal com Maria dos Aflitos.
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