O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) concluiu a investigação sobre o avião monomotor pilotado pelo advogado Arcedino Concesso, que fez um pouso forçado em um campo de futebol na Vila Operária no dia 12 de junho de 2023. Dentre os pontos que o relatório final do órgão destaca, está o fato de que a aeronave levava cinco pessoas enquanto deveria transportar, no máximo, quatro ocupantes. A aeronave era um modelo EMB 711ST-Corisco de matrícula PT-RHJ.

O avião, segundo o Cenipa voava com ocupação acima do limite máximo. “A aeronave era certificada para operar com o número máximo de quatro ocupantes, sendo no mínimo um tripulante e no máximo três passageiros. No momento do acidente, a aeronave estava com cinco pessoas a bordo, sendo um deles uma criança de colo com cinco anos de idade. Sobre o uso de cintos de segurança, o RBAC (Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil) estabelecia o limite de dois anos de idade para que uma pessoa pudesse estar no colo de um adulto”, destacou o relatório.
Outro ponto destacado no documento do Cenipa trata da aparente exaustão do piloto em comando (PIC) da aeronave. Houve um abrupto afundamento do avião no solo, o que, segundo o órgão, ficou denotado pelas graves lesões sofridas pelos passageiros. O Cenipa constatou que as reações do piloto em comando, Arcedino Concesso, “estiveram relacionadas aos rebaixamento dos seus mecanismos cognitivos e dinâmicos, que o levaram a tomar decisões baseadas nas premissas presentes”, atesta o Cenipa.
Confira o relatório do Cenipa na íntegra
O documento acrescenta ainda a aparente pressão mental que sofreu Arcedino por estar no comando de uma aeronave cujos tripulantes eram sua família. “Não se pode descartar que, além da pressão autoimposta no que se refere à preocupação do PIC com os quatro passageiros a bordo que eram integrantes de sua família, aliada à sua interpretação de que a aeronave poderia estar em pane, tenha gerado uma sobrecarga de estímulos ao ambiente de operação”, diz o documento.
O Cenipa concluiu, dentre outros pontos, que: após decolar, o piloto foi informado de que a porta de acesso à cabine da aeronave estava aberta, que após o recolhimento dos trens de pouso e dos flapes, o avião não apresentava o rendimento por ele esperado; não foram observadas evidências de mau funcionamento no motor, embora o piloto tenha sido induzido a pensar isso por conta do acendimento da luz overbooster, que pode sinalizar um mau funcionamento do motor.
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Durante a curva feita por Arcedino, houve uma perda de controle, tendo o piloto feito o pouso forçado no campo de futebol na Vila Operária, causando danos substanciais à aeronave. Entre os fatores que podem ter contribuído para o acidente, o Cenipa elencou: atenção, julgamento de pilotagem, percepção, planejamento de voo e processo decisório. Não foi emitida nenhuma recomendação de segurança sobre o caso pelo órgão.
O relatório foi finalizado pela Aeronáutica e publicado no dia 17 de fevereiro, um ano e oito meses depois do acidente.
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