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Quem já pegou a catapora também pode ter mpox?

Entenda as diferenças e possibilidades de contágio

22/08/2024 às 10h29

22/08/2024 às 10h29

Em 2024, a Mpox já registrou mais de 14 mil casos e 524 mortes, se tornando uma preocupação global devido ao risco de disseminação em outros continentes. Com o aumento de casos da Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, surgem diversas dúvidas sobre a similaridade com outras doenças devido aos sintomas, como a catapora. Apesar de ambas as doenças apresentarem erupções cutâneas, as características dessas erupções e a forma como as doenças se manifestam são distintas.

Quem já pegou a catapora também pode ter mpox? - (Foto/iStock) Foto/iStock
Quem já pegou a catapora também pode ter mpox?

A catapora e a mpox, embora ambas causadas por vírus da família Poxviridae, são doenças distintas e não compartilham imunidade cruzada. Isso significa que uma pessoa que já teve catapora ainda pode contrair mpox. A catapora, também conhecida como varicela, é provocada pelo vírus varicela-zoster, enquanto a mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é causada pelo vírus mpox.

Principais diferenças entre as doenças

A catapora é uma doença viral comum, especialmente entre crianças, caracterizada por febre e o surgimento de pequenas bolhas pelo corpo. Uma vez que alguém tenha tido catapora, o corpo geralmente desenvolve imunidade ao vírus, o que reduz significativamente as chances de contrair a doença novamente. No entanto, o vírus pode permanecer inativo no organismo e, em alguns casos, ser reativado anos depois como herpes-zóster, uma condição que causa dor e erupções cutâneas.

Por outro lado, a mpox é uma doença zoonótica, inicialmente transmitida de animais para humanos, mas que também pode se espalhar entre pessoas por meio de contato direto com fluidos corporais, lesões de pele ou objetos contaminados, como roupas ou lençóis. Os sintomas da mpox incluem febre, dores musculares, linfonodos inchados e lesões na pele que evoluem para crostas. A doença foi identificada pela primeira vez em humanos na década de 1970, em regiões da África Central e Ocidental, mas nos últimos anos, houve um aumento de casos em diferentes partes do mundo.

Não há evidências de que a infecção prévia por catapora ofereça qualquer tipo de proteção contra a mpox. Isso ocorre porque, apesar de ambos os vírus pertencerem à mesma família, suas respostas imunológicas são diferentes. Além disso, as vacinas contra catapora não têm eficácia na prevenção da mpox. No entanto, estudos indicam que a vacina contra a varíola, que compartilha características com a mpox, pode oferecer proteção contra esta última devido à imunidade cruzada entre os vírus.

Vacina nacional está em fase de estudo

Há dois anos, o Brasil tem trabalhado no desenvolvimento de uma vacina nacional para combater a doença. O Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está à frente desse projeto, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa é uma prioridade dentro da Rede Vírus, um comitê de especialistas criado para desenvolver diagnósticos, tratamentos e vacinas para vírus emergentes no país.

O processo de desenvolvimento da vacina brasileira contra a mpox começou em 2022, quando o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou à UFMG o material conhecido como "semente do vírus" da mpox. Esse material é essencial para a criação do insumo farmacêutico ativo (IFA), que serve como base para a produção da vacina.


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Edição de Nathalia Amaral