Em tempos de consumo cada vez mais consciente, os brechós têm se mostrado uma alternativa viável para quem busca reduzir custos. Com um público fiel, esses espaços conseguem ressignificar roupas usadas e ainda oferecem estilo, diversidade e um impacto positivo no meio ambiente.

Divulgação/Monalisa Mendes

Brechós ganham espaço entre jovens e aliam economia, estilo e consumo consciente

A estudante Iris Vitória, de 24 anos, é um exemplo dessa mudança de hábito. Ela conta que costuma visitar brechós com frequência — pelo menos uma vez por semana. “Além de ser uma prática que cabe melhor no meu orçamento, acredito muito na importância de dar uma nova vida a peças que poderiam ser descartadas”, afirma.

Para a jovem, o custo-benefício é um dos principais atrativos dos brechós. “Consigo encontrar roupas em bom estado, e muitas vezes até novas, com preços muito mais acessíveis do que em lojas convencionais.” Iris costuma frequentar brechós na universidade, acompanha lojas online e participa de feirinhas que reúnem várias opções em um só lugar. Assim, consegue montar um guarda-roupa variado, estiloso, criativo e consciente.

“Gasto mais em brechós do que em lojas tradicionais, não só pelo preço, mas porque consigo explorar mais estilos e experimentar combinações diferentes sem comprometer tanto o orçamento”, completa.

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Brechós ganham espaço entre jovens e aliam economia, estilo e consumo consciente

Além de consumidores, há também quem tenha visto nos brechós uma oportunidade de negócio, como Bruna Colins (28), que trabalha com um brechó online desde 2017 e fez dele sua principal fonte de renda. A empreendedora também organiza o Encontro de Brechós The, uma feira que reúne cerca de 40 empreendedores do ramo.

Segundo ela, o crescimento do interesse por moda circular e consumo consciente tem aberto espaço para que os brechós se fortaleçam como alternativa ao modelo tradicional da indústria da moda, considerada uma das mais poluentes do mundo. “Ao optar por peças já existentes, o cliente quebra o ciclo de consumo e produção excessiva, incentivando o reaproveitamento e a durabilidade das peças”, explica.

Para Bruna, consumir em brechós é também uma forma de repensar a moda. “Muitas pessoas abandonam tendências rapidamente, enxergando a roupa como algo descartável. Já no brechó, o olhar é mais criativo e cuidadoso. A peça de segunda mão tem valor histórico, estético e ambiental”, comenta.

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Brechós ganham espaço entre jovens e aliam economia, estilo e consumo consciente

Além do impacto ambiental, há ainda um ganho econômico. É comum encontrar roupas de marcas renomadas por valores muito abaixo dos praticados em lojas convencionais, o que permite montar um guarda-roupa de qualidade com um investimento reduzido. O resultado é economia de dinheiro e menos roupas descartadas. “Isso faz a gente repensar o consumo, evitando compras por impulso baseadas em tendências. Significa menos desperdício de dinheiro com peças pouco usadas ou rapidamente abandonadas, e mais investimento em qualidade e durabilidade”, reforça Bruna.

Para ela, é plenamente possível transformar a venda de roupas usadas em uma fonte de renda. Bruna defende que, com dedicação, boa curadoria das peças e o uso estratégico das redes sociais, é possível construir uma clientela fiel e consolidar o brechó como um empreendimento rentável.

“Trabalho com brechó desde 2017 e, desde 2022, essa se tornou minha principal fonte de renda. Acredito que, com boa curadoria e uso eficiente dos meios digitais — especialmente para quem atua online —, é possível transformar o negócio em algo lucrativo, com demanda constante e impacto positivo”, conclui a jovem empreendedora.

Enquanto o mercado da moda rápida segue sendo desafiado por questões éticas e ambientais, os brechós surgem como uma resposta criativa, acessível e sustentável — ressignificando o vestir, o comprar e o empreender.