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Áudios revelam xingamentos e atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro; confira

Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Jair Bolsonaro se manifeste em até 48 horas sobre o descumprimento de medidas cautelares; pastor Silas Malafaia teve celular e passaporte apreendidos.

21/08/2025 às 09h13

21/08/2025 às 09h13

Trocas de mensagens recuperadas do celular do Jair Bolsonaro (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trouxe novos elementos sobre a atuação política e pessoal da família. As mensagens e áudios extraídos do celular do ex-presidente revelam xingamentos entre pai e filho, cobranças por alinhamento internacional, menções ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de um rascunho de pedido de asilo político na Argentina.

O conteúdo integra o relatório da Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento de ambos por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado democrático de direito.

Áudios revelam xingamentos e atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro; confira - (Lula Marques/Agência Brasil e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados) Lula Marques/Agência Brasil e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Áudios revelam xingamentos e atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro; confira

A decisão foi tomada após a Polícia Federal concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

O governo dos Estados Unidos anunciou nos últimos meses uma série de ações contra o Brasil e autoridades brasileiras, como o tarifaço de 50% contra importações de produtos do país, uma investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras contra o Ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky.

Segundo a Polícia Federal, os investigados buscaram influenciar decisões judiciais e articularam movimentos políticos alinhados a interesses externos. As mensagens apreendidas em celulares do ex-presidente reforçaram a suspeita de que havia articulações políticas internacionais e planos de evasão do país. os investigados

Mensagens revelam atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro

A PF destacou que os diálogos recuperados expõem atritos familiares. No dia 10 de julho, Eduardo pediu que Jair Bolsonaro agradecesse publicamente a Donald Trump pelas tarifas impostas aos produtos brasileiros. Cinco dias depois, em resposta às declarações do pai sobre Tarcísio de Freitas, o deputado enviou ofensas: “VTNC seu ingrato do c…”.

Em outra mensagem, Eduardo acusou o pai de comprometer sua imagem internacional: “Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VOCÊ ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se f… é você e vai decretar o resto da minha vida nesta p… aqui”.

Horas depois, o deputado recuou e pediu desculpas: “Desculpa. Peguei pesado. Estava p… na hora”, escreveu.

Mensagens revelam atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro - (Reprodução) Reprodução
Mensagens revelam atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro

Em entrevista ao portal Poder360, em julho, Jair Bolsonaro disse que o filho de 41 anos ainda não era “maduro” ao tratar de atritos com Tarcísio. A fala foi criticada por Eduardo, que respondeu em tom irônico: “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende”.

Além das discussões sobre Tarcísio, a PF identificou mensagens ligadas a estratégias internacionais. Os investigadores afirmam que o objetivo era influenciar a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que resultou em restrições financeiras nos Estados Unidos.

Entre os achados no celular de Jair Bolsonaro, a PF encontrou um rascunho de pedido de asilo político na Argentina. Para os investigadores, o documento reforça a suspeita de que o ex-presidente planejava deixar o país desde fevereiro de 2024. O relatório também aponta indícios de movimentações financeiras fracionadas de aproximadamente R$ 2 milhões entre Jair e Eduardo Bolsonaro.

Silas Malafaia também aparece nas mensagens

Silas Malafaia também aparece nas mensagens - (Reprodução) Reprodução
Silas Malafaia também aparece nas mensagens

O pastor Silas Malafaia, aliado político do ex-presidente, foi citado no relatório da Policia Federal. Em mensagens a Jair Bolsonaro, ele criticou Eduardo por sua atuação nos Estados Unidos. “(...) vem teu filho babaca falar merda! Dando discurso nacionalista que eu sei que você não é a favor disso. Dei-lhe um esporro, cara… mandei um áudio a ele de arrombar. E disse para ele: a próxima que tu fizer, eu faço um vídeo e te arrebento”, disse Malafaia em áudio.

Para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, os diálogos entre Malafaia e Jair Bolsonaro tinham como finalidade explícita buscar anistia em troca do fim das tarifas impostas pelo governo Trump ao Brasil.

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Apreensão

O ministro Alexandre de Moraes determinou nessa quarta-feira (20) a busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Polícia Federal (PF), o pastor teve o celular apreendido quando estava no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. 

Pela decisão de Moraes, Malafaia está proibido de se ausentar do país e teve o cancelamento de passaportes. Ele deve entregar esses documentos em 24 horas. O pastor ainda está impedido de se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado.

Silas Malafaia também aparece nas mensagens - (Joédson Alves/Agência Brasil) Joédson Alves/Agência Brasil
Silas Malafaia também aparece nas mensagens

Malafaia criticou as decisões e negou envolvimento. “Eu converso com amigos (...) Quem sou eu para orientar o Eduardo Bolsonaro?”, afirmou. Ele classificou as medidas como perseguição e disse que o país estaria vivendo “um crime de opinião”.

Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Jair Bolsonaro se manifeste em até 48 horas sobre o descumprimento de medidas cautelares. Silas Malafaia, por sua vez, está proibido de deixar o país e deve entregar o passaporte em até 24 horas. Ele também não pode se comunicar com outros investigados no processo.

Com informações da Agência Brasil


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Com edição de Ithyara Borges