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Amizade, um elo que o tempo fortalece: conheça histórias de laços que não se rompem

Neste domingo (20) é comemorado o Dia Internacional da Amizade. O Portalodia.com traz histórias de laços que não se perderam com o passar do tempo.

20/07/2025 às 10h09

Em um mundo de relações cada vez mais passageiras, amizades duradouras são como tesouros raros. Elas se constroem na confiança, no respeito, na escuta e no apoio mútuo — mesmo quando há distância ou silêncio. Amizades assim atravessam fases, amadurecem com os anos e permanecem firmes, mesmo diante das diferenças e desafios. São aquelas que acolhem, apontam caminhos com sinceridade e celebram as conquistas como se fossem próprias. Neste 20 de julho, é tempo de valorizar os amigos que caminham ao nosso lado há anos, com afeto, lealdade e presença verdadeira. Neste dia 20 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Amizade, uma data especial para lembrar da importância de laços verdadeiros que resistem ao tempo.

Luma Fernandes e Taísa Castro se conhecem desde os três anos. O que começou como uma amizade na escola transformou-se, com o tempo, em uma relação sólida, profunda e que atravessou diferentes fases da vida. Hoje, aos 31 e 32 anos, respectivamente, Luma e Taísa cultivam uma irmandade rara, que sobreviveu à distância, às mudanças de cidade, às rotinas corridas e à vida adulta com todas as suas exigências.

Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade

“Em uma era onde a superficialidade reina e domina as relações, não só de amizade, mas as relações humanas como um todo, a nossa amizade vai ao contrário de tudo isso. Vamos ao encontro da profundidade, conhecendo o que realmente a pessoa é”, conta Luma Fernandes.

A engenheira de produção destaca que Taísa conhece todas as suas qualidades, defeitos e vulnerabilidades e ainda assim escolhe estar ao seu lado. “Acho que o segredo dessa amizade duradoura, dessa irmandade, é exatamente isso: aceitar o outro como ele realmente é, sem deixar de pontuar o que realmente precisa”, frisa.

Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade

A arquiteta Taísa Castro compartilha do mesmo sentimento e acredita que o tempo e o respeito mútuo são os pilares dessa conexão. “Acho que o segredo de uma amizade longa é a gente estar disposto a fazer dar certo”, diz. Mesmo quando há divergências, como em qualquer relação, as duas sempre escolhem o diálogo para resolver os impasses. “Já tive discussões com a Luma, mas a conversa é a chave. Já falei de uma maneira infeliz, ela recebeu de um jeito infeliz, e ficou chateada. Depois ela me disse que não gostou do jeito que falei, e nos acertamos”, relata.

E não é a rotina corrida que impede as amigas de se manterem atualizadas e compartilharem suas vivências. Apesar de não conversarem todos os dias, elas sempre trocam mensagens e áudios no WhatsApp, que acabam se acumulando. Mas isso não é um problema para elas.

Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade

“Sempre tem um ‘ainda não ouvi, mas deixa eu te contar isso’, ou um áudio de 17 minutos”, brinca Luma. Para Taísa, a ausência de cobrança é uma das coisas que mais fortalece a amizade das duas: “Não existe essa cobrança de ‘Por que não me respondeu?’. Somos adultos funcionais, temos a nossa vida e muitas coisas para fazer. Então, quando temos um assunto realmente urgente e tem muitos áudios acumulados para serem ouvidos, a gente diz ‘responde esse aqui ligeiro’. Essa é a forma como conseguimos manter contato”, conta a arquiteta.

Se uma delas está passando por um problema pessoal, é à outra que recorre para confidenciar e pedir conselhos. O silêncio também é visto como um acolhimento. Respeitar o tempo da outra também faz parte do processo e da amizade. “Sempre que tem problema pessoal, recorremos uma à outra, assim como acontece de alguma estar passando por um problema pessoal e sumir por uns dias, mas sempre reaparecem”, fala Taísa.

Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade

“Às vezes, temos que silenciar em alguns momentos, saber que existe a hora de recuar e aceitar que aquele momento é da outra, e que estamos ali sempre, com a mesma intensidade, escuta e dedicação. Se eu sou melhor em algum sentido e se evoluí, é graças à Taísa, que sai da posição dela para me apontar, criticar, mesmo que não me agrade, mas também me acolher e me ouvir. E tudo isso sendo uma via de mão dupla”, diz Luma, emocionada.

A arquiteta reforça que a escuta e a honestidade são os pilares que mantêm a relação cada vez mais forte, mas sempre mantendo o respeito ao outro, a assertividade e o olhar cuidadoso. “Por mais duro que a pessoa venha falar, eu acho que o papel de quem ama é esse. É preciso ser assertivo e aconselhar naquilo que o outro pode não estar vendo. Não que esteja correto, mas se a pessoa está te aconselhando, ela pode te dar outro panorama”, complementa Taísa Castro.

Apesar da distância física, o vínculo se renova constantemente. E é parafraseando o poeta Mário Quintana, que a engenheira de produção define seu sentimento pela amiga de longa data. “‘A amizade é um amor que nunca morre’. Às vezes, a gente busca tanto em relacionamentos afetivos, quando, na verdade, eu já tenho uma pessoa que está comigo para o que der e vier, com quem viajo. Por enquanto são 29 anos, mas temos ainda muitas décadas para contabilizar. Taísa é minha rede de apoio, meu suporte emocional, minha irmã”, conclui Luma Fernandes.

Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Taísa e Luma: uma amizade que ultrapassou o tempo e a mudança de cidade

Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade

Manter uma amizade verdadeira por mais de três décadas pode parecer improvável nos dias atuais, em que a rotina acelerada, as mudanças da vida adulta e até a distância física costumam afastar as pessoas. Mas para Layanny Borges Pinheiro (40), Cristina Zita (40) e Thayse Mourão (40), o tempo não foi barreira, pelo contrário, foi o alicerce de uma história de irmandade.

Layanny e Cristina se conhecem desde a infância. Moravam na mesma rua, em Teresina, e a amizade começou ainda nas primeiras brincadeiras, quando tinham apenas cinco anos. “Temos fotos juntas no meu aniversário de cinco anos”, recorda Layanny. A infância delas foi marcada por momentos simples e inesquecíveis, como destaca Cristina: “Vivemos o melhor tempo de infância, sem telas e celulares. Brincávamos de pular elástico, amarelinha, casinha de boneca”.

Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade

Os anos se passaram, chegou a adolescência com seus encantos e descobertas, com os passeios no shopping e os primeiros namorados, e elas seguiram compartilhando cada fase. Na vida adulta compartilhavam sobre suas responsabilidades, casamentos, filhos e a rotina de trabalho. E, assim, a amizade não somente cresceu, mas também amadureceu.

Hoje, Cristina mora em Fortaleza, mas a distância não foi suficiente para apagar a conexão construída ao longo dos anos. "Sempre que ela está aqui, marcamos para nos encontrar. Nunca perdemos o contato”, conta Layanny. As mensagens de texto e ligações mantêm viva a convivência que o tempo e a geografia tentam afastar.

Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade

O trio se completa com Thayse Mourão, pedagoga e amiga há 32 anos. Embora morasse algumas ruas adiante, ela sempre esteve presente nas brincadeiras da infância. Por continuar morando em Teresina, ela tem uma presença ainda mais constante na vida de Layanny. “Nos vemos aos finais de semana e todos os dias nos falamos por telefone. Mesmo com a rotina corrida, nos organizamos para manter esse contato”, afirma a corretora de imóveis.

A relação entre as três ultrapassa o conceito de amizade: transformou-se em laço de família. Cristina e Thayse são madrinhas da filha de Layanny: uma de batismo e outra de consagração. “São amizades que virou irmandade. As tenho como irmãs em meu coração”, diz Layanny Borges.

Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade

Para Cristina, manter essa amizade por tanto tempo é também um compromisso de amor e presença. “Mesmo morando em cidades diferentes, procuramos sempre nos reunir em confraternizações e almoços. E sempre que uma precisa, a outra está ali pronta para ouvir, aconselhar ou puxar a orelha”.

“Minha amizade com a Layanny e a Cristina começou na infância. Mesmo morando um pouco mais distante, sempre fiz parte das brincadeiras, e o vínculo entre nós se fortaleceu com o tempo. Vivemos uma infância com brincadeiras de rua. Passamos juntas pela adolescência e, hoje, na vida adulta, seguimos compartilhando as conquistas e os desafios”, ressalta Thayse Mourão.

Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Três décadas de uma união que ultrapassou a amizade e tornou-se uma irmandade

Respeito e reciprocidade são pilares para uma amizade sólida, diz psicóloga

As amizades duradouras, aquelas que atravessam décadas, fases da vida e diferentes rotinas, são um verdadeiro alicerce emocional. E embora muitas dessas relações tenham origem na escola ou na faculdade, é possível construir amizades verdadeiras também na fase adulta. Segundo a psicóloga Cinthya Selma, para que uma amizade seja longa, é preciso mais do que afinidade, exige cuidado, dedicação e presença, mesmo em tempos de correria.

Pequenos gestos como mandar uma mensagem, perguntar como foi o dia, combinar um encontro de vez em quando ou até marcar atividades faz toda a diferença na manutenção do vínculo.

Hoje em dia, não temos mais tanto tempo como tínhamos na escola, mas, ainda que seja curto, que esse encontro seja de qualidade. Fazer atividades juntos também é uma forma de manter essa amizade. Temos amigos para todos os momentos, seja aqueles para fazermos compras, para sairmos, ou aqueles a quem contamos as confidências.

Cinthya SelmaPsicóloga

Cinthya Selma lembra ainda que a amizade é uma verdadeira rede de apoio. Ter com quem contar nos momentos bons e ruins é um dos fatores mais importantes para o bem-estar emocional. “Quando a gente envelhece, isso traz um sentimento de felicidade, mais até do que dinheiro, trabalho e sucesso”, ressalta.

A psicóloga orienta que, mesmo diante das obrigações da vida adulta, vale a pena investir tempo, atenção e escuta de qualidade nas amizades. “É preciso estipular dias para se encontrar, se organizar. E para ser duradoura, a amizade precisa ser recíproca. Não adianta somente uma pessoa ser amiga, ela também precisa se sentir escutada”, reforça.

Mas é o respeito o pilar fundamental para manter uma amizade sólida por tantos anos. “Amigo que é amigo fala mesmo porque se importa, mas precisa saber falar, como qualquer relação de respeito. A pessoa pode até não concordar com determinada atitude, mas deixar claro que está do lado. O outro pode até ficar chateado por um tempo, mas vai refletir depois”, conclui Cinthya Selma.


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