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“Não tem assunto proibido”, diz Lula sobre encontro com Trump neste domingo (26)

Presidentes do Brasil e dos EUA devem se reunir neste final de semana, em visita de Estado à Malásia, país do Sudeste Asiático.

24/10/2025 às 09h02

24/10/2025 às 09h02

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (24), mostrou estar otimista para seu provável encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reunião acontece no próximo domingo (26), na Malásia, Sudeste Asiático, e o líder brasileiros falou positivamente sobre o potencial de renegociação de tarifas e retomada da relação de parceria entre as duas potências.

“'Nós somos as duas maiores democracias do Ocidente. Temos que passar para a humanidade harmonia e não desavença. Temos que mostrar para a humanidade uma perspectiva objetiva na melhoria de vida dos povos que a gente representa”, afirmou o presidente do Brasil.

“Não tem assunto proibido”, diz Lula sobre encontro com Trump neste domingo (26) - (Reprodução/X) Reprodução/X
“Não tem assunto proibido”, diz Lula sobre encontro com Trump neste domingo (26)

De acordo com Lula, o momento, que acontece durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), deve ser tranquilo e resultar em um bom entendimento para os países. O interesse do Brasil, segundo ele, é que o povo brasileiro e o povo estadunidense saíam ganhando, tanto quanto o poder dos dois países, com tudo terminado “da melhor forma possível”.

O presidente reforçou que nenhum assunto deve ser vetado de conversas entre os dois lados durante a reunião. “Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto”, afirmou.

Lula ainda destacou que, no momento, deve defender o argumento de que as taxas impostas por Trump ao Brasil não têm motivação sustentável, o que tem sido o tom colocado pela política externa do país desde o início da taxação dos EUA. “Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil”, ressaltou.

O presidente brasileiro ainda citou que as taxas de 50% impostas unilateralmente sobre as importações brasileiras tiveram efeitos negativos para a população dos Estados Unidos. “O presidente Trump sabe que o preço da carne lá está alto, que o cafezinho vai ficando caro, então penso que as pessoas vão descobrindo que nem todas as medidas que a gente toma repercutem do jeito que a gente queria”, argumentou o líder.

Ainda de acordo com Lula, o encontro deve trazer à tona questões relacionadas a sanções a autoridade e ao país por motivações políticas, como as voltadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes. “A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e quem for considerado culpado é punido. Também quero discutir a punição dada a ministros brasileiros da Suprema Corte”, disse ele.

Quando questionado acerca das ações recentes dos EUA relativas ao combate às drogas na região da América Latina, que conta com ataques a embarcações que, supostamente, transportava, substâncias ilícitas, o presidente brasileiro citou a necessidade de respeito às regras da política internacional. Lula afirmou estar aberto para discussão sobre o assunto.

“Você tem que prender as pessoas, julgar, saber se estavam ou não traficando, e aí punir de acordo com a lei. Você não pode simplesmente dizer que vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem levar em conta a Constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos ou a soberania territorial. Se o mundo ficar uma terra sem lei, fica difícil viver. Se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, terei imenso prazer”, reforçou.

O presidente ainda ressaltou, de forma esperançosa, que o encontro pode resultar em uma mensagem positiva ao mundo, valorizando a democracia. “Nós somos as duas maiores democracias do Ocidente. Temos que passar para a humanidade harmonia e não desavença. Temos que mostrar para a humanidade uma perspectiva objetiva na melhoria de vida dos povos que a gente representa”, concluiu.

A visita de Estado à Malásia marca a segunda parte da viagem de Lula ao Sudeste Asiático. Em Kuala Lumpur, o presidente brasileiro e o presidente norte-americano participarão da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). As relações do Brasil com a ASEAN constituem um eixo estruturante da prioridade atribuída pela política externa brasileira ao adensamento das relações com os países do Sudeste Asiático.

Economicamente, a corrente comercial do Brasil com os países da ASEAN passou de US$ 3 bilhões em 2002 para US$ 37 bilhões em 2024, um aumento de doze vezes. Em 2024, o bloco foi o quinto maior parceiro comercial do Brasil no mundo, sendo também o quarto maior destino das exportações brasileiras e responsável por 20% de todo o superávit da balança comercial brasileira, com saldo positivo de USD 15,5 bilhões.


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Com informações da Agência Gov.