A hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos, e age de forma lenta no corpo de indivíduo. Dentre os principais sinais e sintomas, está manchas na pele com mudança na sensibilidade à dor, térmica e tátil, sensação de formigamento, caroços pelo corpo, feridas nos pés e pernas, entre outros. Durante todo o mês serão realizadas ações do Janeiro Roxo, com mobilizações de combate à hanseníase.
A transmissão acontece de maneira multibacilar, através da saliva, da tosse, do espirro ou do contato próximo com a pessoa afetada pela doença e que não está fazendo tratamento, isso de maneira prolongada. É importante destacar que mais de 90% da população possui anticorpos para combater a hanseníase, e apenas 10% podem ser acometidas pela doença.
Paulo Rodrigues, voluntário e vice-coordenador do Mohan Piauí, descobriu que tinha hanseníase em 2015. Na época, ele observou o surgimento de manchas brancas em suas costas e decidiu procurar um dermatologista, que acabou dando um diagnóstico errado, tratando os sintomas como micose e pano branco. Diante disso, e sem conhecimento, Paulo demorou para iniciar seu tratamento.
Quando descoberta tardiamente, a hanseníase pode trazer algumas incapacidades, algumas, inclusive, irreversíveis. Entretanto, com o tratamento adequado, a partir da medicação e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde de todo país, a doença tem cura. A doença deixa de ser transmissível já no início do tratamento.
“Ao sentir qualquer sintoma, busque o médico e, quando chegar na UBS, informe ao médico o que está acontecendo, sem vergonha. E para as pessoas que acabam chegando ao médico com alguma incapacidade física, como eu cheguei, busque informações, para ser feito um tratamento correto, um acompanhamento e reabilitação dessa pessoa. Aceite o seu diagnóstico e compartilhe as informações, para que outras pessoas que forem afetadas, como vizinhos ou parentes, fiquem atentos e também saibam identificar os primeiros sinais”, conclui Paulo Rodrigues, voluntário e vice-coordenador do Mohan Piauí.
Casos de hanseníase crescem entre crianças
O Brasil tem registrado um aumento nos casos de hanseníase nos últimos tempos. Somente em 2022, foi verificado um crescimento de 7,2% no número de casos novos detectados no país entre a população em geral e de 9,9% entre meninos e meninas com menos de 15 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Segundo os dados do órgão, foram registrados 19.635 casos novos de hanseníase no Brasil, em todas as faixas etárias, no período de janeiro de 2022 a janeiro de 2023.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da hanseníase é clínico, através de exames como a baciloscopia e a biópsia de pele, e pode ser feito em unidades básicas de saúde. O tratamento é gratuito e também é feito via Sistema Único de Saúde (SUS).
Quando há um diagnóstico de hanseníase em criança, é necessário fazer uma busca ativa entre as pessoas com quem ela convive e o tratamento imediato da família. O tratamento de crianças e adolescentes é o mesmo prescrito para os adultos. Dependendo da forma clínica da doença, vai variar o tempo. Além disso, o que o médico irá ajustar é somente a dosagem.
O uso combinado dos remédios da chamada poliquimioterapia (PQT) pode durar de seis meses a um ano. A hanseníase pode ser classificada como paucibacilar – que é aquele tipo no qual a pessoa não transmite a doença – e multibacilar – no qual o paciente transmite o bacilo causador da enfermidade.
Sinais e sintomas da hanseníase
- Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil;
- sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros;
- perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
- pele seca;
- inchaço nas mãos e nos pés;
- inchaço e dor nas articulações;
- redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados;
- dor e espessamento dos nervos periféricos;
- caroços no corpo;
- olhos ressecados;
- feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
- febre e mal-estar geral;
- feridas nas pernas e nos pés; e
- nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.
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