O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de ordem do ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal confirmou, em nota oficial, que cumpriu um mandado expedido pela Corte, medida que ocorre enquanto avança o processo que o condenou a 27 anos e três meses de prisão, no caso do Núcleo 1 da chamada trama golpista.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde o último dia 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de acessar embaixadas, dialogar com autoridades estrangeiras ou utilizar redes sociais de forma direta ou indireta. Com a ordem de prisão preventiva expedida neste sábado, o ex-presidente poderá ser transferido para o presídio da Papuda, caso o STF não aceite o pedido de manutenção da prisão domiciliar apresentado por sua defesa.
A ação ocorre um dia depois de uma mobilização organizada pelo filho de Jair, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O senador divulgou nas redes sociais, na última sexta-feira (21), a convocação de uma vigília de orações próximo à residência onde o ex-presidente vinha cumprindo a medida domiciliar. Segundo ele, a iniciativa seria “pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade do Brasil”. O movimento buscou reunir apoiadores em meio à expectativa de decisões judiciais sobre o futuro do ex-presidente.
A situação de saúde de Bolsonaro também voltou ao centro do debate. Sua defesa protocolou no STF, também na última sexta-feira (21), um pedido para que o ex-presidente permaneça em prisão domiciliar devido a um suposto agravamento clínico. Os advogados afirmam que Jair apresenta condições decorrentes do atentado que sofreu em 2018, o que exigiria cuidados permanentes e acompanhamento médico contínuo, algo considerado, pela equipe jurídica, inviável em ambiente prisional comum.
Familiares e aliador reforçaram o apelo. Carlos Bolsonaro, também filho de Jair e vereador no Rio de Janeiro, relatou em suas redes sociais que o pai estaria apresentando episódios constantes de vômitos e dificuldades para dormir, o que aumentaria a necessidade de atenção médica especializada. Segundo o parlamentar, as restrições impostas ao entorno do ex-presidente dificultariam uma exposição mais detalhada da situação.
O pedido da defesa foi apresentado às vésperas do possível trânsito em julgado da condenação no STF, etapa que autoriza a execução definitiva da pena de 27 anos e três meses em regime fechado. Nos bastidores da Corte, a expectativa é de que o mandado definitivo seja expedido já na próxima semana, o que pode acelerar a transferência de Bolsonaro ao sistema prisional e impactar discussões políticas envolvendo seu grupo sobre as eleições de 2026.
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro marca um novo capítulo em uma sequência de decisões judiciais que se intensificou desde o início de agosto, ampliando a pressão jurídica e política sobre o ex-presidente e seu círculo mais próximo.
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