O Banco Central lançou, na última segunda-feira (01), uma nova ferramenta de segurança que promete reforçar a proteção de consumidores e empresas contra fraudes envolvendo a abertura de contas bancárias. O recurso, chamado BC Protege+, permite que qualquer pessoa física ou jurídica impeça que instituições financeiras abram contas em seu nome sem autorização, evitando o uso indevido de dados ou identidades falsas.
A partir desta segunda, todas as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central são obrigadas a consultar o sistema antes de criar uma nova conta. Se o CPF ou o CNPJ estiver com o bloqueio ativado, a abertura é automaticamente barrada.
Segundo Carlos Eduardo Gomes, chefe do Departamento de Atendimento Institucional do BC, trata se de um novo procedimento que deve entrar para o cotidiano dos clientes do sistema financeiro. Ele destacou que o mecanismo deve ser incorporado à rotina de segurança de quem busca evitar golpes e adulterações.
Já nas primeiras horas de funcionamento do novo programa, o impacto observado foi imediato. Até o início da tarde do dia 1º de dezembro, quase oito mil pessoas já haviam ativado a proteção e 263 tentativas de abertura de contas foram rejeitadas. Para o Banco Central, os números confirmam a demanda reprimida por mais mecanismos de defesa diante do aumento de golpes que usam dados pessoais para criar contas falsas, contratar serviços e até movimentar recursos ilícitos.
A diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Izabela Correa, afirmou que o BC Protege+ é parte de um conjunto mais amplo de iniciativas voltadas a fortalecer o controle que cada cidadão tem sobre sua vida financeira. Segundo ela, o sistema busca garantir mais transparência e segurança, especialmente em um cenário de crescente digitalização dos serviços bancários.
O procedimento para aderir à ferramenta e ativar o bloqueio é simples. O usuário precisa apenas ter uma conta Gov.br nível prata ou ouro com autenticação em duas etapas. O acesso é realizado dentro da área logada do “Meu BC” no site do Banco Central. Na aba “Serviços Cidadão Meu BC” é possível ativar ou desativar o recurso a qualquer momento, além de verificar se houve tentativas recentes de abertura de conta utilizando o CPF ou CNPJ.
A proteção cobre contas de depósito à vista, poupança e contas de pagamento pré-pagas, além da inclusão de titular ou representante nessas contas. O bloqueio vale inclusive para novas contas no mesmo banco em que o cliente já possui relacionamento. Caso uma instituição tente abrir conta sem autorização, o usuário recebe uma notificação informando qual banco fez a consulta.
Para o Banco Central, a eficácia da iniciativa depende da adesão da população. Carlos Eduardo Gomes reforçou que o relacionamento financeiro geralmente começa pela abertura de uma conta e, por isso, impedir a criação indevida desse primeiro vínculo é fundamental para evitar prejuízos futuros. Ele ainda lembrou que contas abertas sem conhecimento do titular podem ser utilizadas para operações de crédito, compras ou recebimento de valores ilícitos.
O BC também planeja expandir o alcance da ferramenta para outros serviços, como registro de chaves Pix, contratação de cartões de crédito e operações de crédito. Porém, essa ampliação só ocorrerá se o número de adesões demonstrar que o público está disposto a integrar o recurso à sua rotina de proteção financeira.
Além do novo bloqueio, a plataforma Meu BC oferece o Relatório de Contas e Relacionamentos conhecido como CCS, que lista todas as instituições em que o usuário possui contas, investimentos ou vínculos ativos ou encerrados. O documento permite verificar rapidamente se há contas abertas sem autorização, funcionando como mais um instrumento de prevenção.
Anunciado no último mês de maio e desenvolvido em diálogo com bancos e empresas reguladas, o BC Protege+ pode ser uma resposta a um cenário de fraudes crescentes e promete dar aos brasileiros mais controle sobre o uso de seus dados. Com a obrigatoriedade de consulta pelas instituições e a possibilidade de bloquear integralmente novas aberturas, o Banco Central propõw um modelo de segurança que coloca o cidadão no centro da proteção de sua própria identidade financeira.
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