Os enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem e da cidade de Parnaíba, no litoral piauiense, iniciaram nesta segunda-feira (20) uma paralisação de 72 horas de suas atividades reivindicando reajuste salarial e o cumprimento do plano de cargos e salários da categoria. A paralisação afeta os serviços da saúde municipal. Os profissionais estão mobilizados em frente à Prefeitura de Parnaíba numa manifestação para chamar a atenção da população e do poder público municipal.
Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares em Enfermagem do Município de Parnaíba estão há mais de 20 anos sem reajuste salarial, de acordo com o Sindicato representante da categoria (Senate-PI). Waldisleia Xavier, diretora da entidade, diz que desde abril os profissionais tentam uma negociação junto à Secretaria Municipal de Saúde. “Houve uma reunião com a promessa de a Prefeitura fazer o estudo do impacto no Municípios e posteriormente chamar novamente o Senate-PI para continuar as negociações. No entanto, seis meses depois, nunca nos chamaram”, explica.
A categoria alega que o plano de cargos já existe há mais de 10 anos e a reivindicação é que ele seja colocado em prática pelo poder público. Segundo a diretoria do sindicato, estão sem reajuste salarial há mais de 20 anos tanto a estratégia de saúde da família, quanto os setores de urgência e emergência, que englobam o SAMU e o pronto-socorro municipal, além do CAPS.
Diante da situação, os profissionais da Enfermagem se reuniram em assembleia na última quinta-feira e aprovaram a paralisação que se inicia hoje (20) e vai até a próxima quarta (22).
Procurado pelo PortalODia.com, o secretário municipal de Saúde de Parnaíba, Thiago Judah, reconheceu a reivindicação dos enfermeiros e disse que está avaliando o impacto financeiro dessa recomposição salarial de todos os profissionais da saúde. Judah afirmou que aqueles que já têm o piso salarial pré-estabelecido pelo Governo Federal não serão contemplados com o reajuste e isso inclui a Enfermagem, contadores e odontólogos, por exemplo.
“A gente não consegue contabilmente contemplar todos. Dentro do planejamento do Município, a gente deixou bem claro a eles que estamos abertos ao diálogo, temos uma mesa de negociação, mas que no primeiro momento eles não seriam contemplados e sim os outros profissionais que não tiveram complemento do piso pelo governo federal. Tem gente que está em situações piores e são neles que a gente está focando”, disse Thiago Judah.
Durante a paralisação da Enfermagem, vão funcionar apenas os serviços considerados essenciais na Saúde, mantendo-se o mínimo de 30% previsto em lei.