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Coluna Campelo Filho

por Campelo Filho

Atitudes que transformam: a essência da liderança que inspira

O diferencial competitivo não está em quem possui ferramentas mais modernas, mas em quem souber liderar pessoas e integrar cultura, estratégia e inovação.

28/10/2025 às 09h24

28/10/2025 às 09h24

Há muito tempo o título de gestor, por si só, deixou de ser suficiente para garantir liderança. Em um cenário de mudanças tão rápidas, o que distingue o verdadeiro líder é um conjunto de atributos que vão além da gestão tradicional. Está na sua capacidade de transformar atitudes em resultados, de influenciar positivamente comportamentos e construir, com o exemplo, uma cultura de entrega, propósito e colaboração no ambiente de trabalho.

A motivação para este artigo se deu por dois motivos: o primeiro, pela série de vídeos que gravei sobre o tema “atitudes que transformam”, em que destaco algumas posturas que considero importantes a todo líder. Uma delas é a iniciativa. Nenhuma equipe se move quando o seu gestor permanece inerte. O gestor de iniciativa sai da zona de conforto, inova, propõe soluções antes que os problemas se tornem crises, mobiliza e faz a diferença onde muitos apenas cumprem o determinado.

Mas iniciativa sem empatia não sustenta uma equipe. Ao assumir um novo grupo de trabalho, é natural encontrar desafios, diferenças e resistências. O verdadeiro líder, porém, sabe que sua missão não é trocar pessoas. Ele se aproxima, escuta, compreende. É nesse gesto de respeito e integração que nasce a confiança, também base para motivação da equipe. Cabe ao líder inspirar, definir objetivos claros e oferecer as condições necessárias para que todos saibam o que fazer e por que estão fazendo. Motivação, planejamento e comandos claros impulsionam resultados e fortalece o senso de pertencimento. A produtividade deixa, assim, de ser obrigação e se torna consequência.

A segunda motivação está na Pesquisa Panorama 2026. Conduzida pela Amcham Brasil em parceria com a Humanizadas, o estudo ouviu 629 executivos, sendo 60 % da alta liderança, de médias e grandes empresas que juntas empregam mais de 592 mil pessoas. Os dados mostram que as barreiras mais críticas não são tecnológicas, mas humanas e organizacionais, como alinhamento, execução da estratégia, resistência cultural à mudança e preparação das lideranças. O levantamento revela que, embora a Inteligência Artificial apareça como prioridade número um para 2026, 77 % das empresas destinam até 2 % do orçamento a ela e 61 % dos líderes afirmam ainda não ter percebido impacto relevante de sua adoção.

Ou seja, não basta ter estrutura, processos ou recursos, é preciso desenvolver competências de gestão e liderança capazes de orientar o uso estratégico da inovação, porque é ela, a liderança, quem decide o quanto uma organização evolui ou permanece estagnada. Reforçando: o diferencial competitivo não está em quem possui ferramentas mais modernas, mas em quem souber liderar pessoas e integrar cultura, estratégia e inovação.