A Câmara Municipal de Teresina deve analisar nos próximos dias o novo pedido de empréstimo realizado pelo Poder Executivo. A operação financeira faz parte da estratégia da atual gestão, comandada pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil), para renegociar dívidas herdadas da administração anterior.
Na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD), foram contratados empréstimos que somaram R$ 620 milhões. Os juros dessas operações vinham comprometendo diariamente os cofres municipais. Silvio Mendes informou que a Prefeitura conseguiu devolver o saldo remanescente ao banco, reduzindo a dívida para cerca de R$ 480 milhões e obtendo um prazo maior de carência, com taxas reduzidas.
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A medida, no entanto, só foi possível graças à contratação de um novo empréstimo. O recurso serviu justamente para quitar parte do débito anterior e garantir condições mais favoráveis ao município.
Diante do novo pedido, o vereador João Pereira (PT) afirmou que pretende conduzir uma análise criteriosa junto aos demais parlamentares da Casa. Em entrevista ao O Dia, ele explicou que já recebeu cópia do contrato e que sua equipe técnica vai detalhar os termos da operação.
“Eu já recebi a cópia do empréstimo, vou me reunir com a nossa equipe técnica para avaliar o que é esse pedido de empréstimo. São meio bilhão de reais. Para que esse recurso? Para pagar dívida? Para pagar juros? Para investir na infraestrutura? O que eu não quero, eu, João Pereira, como cidadão, e agora estou vereador, é que não seja mais um empréstimo para fazer determinadas ações e ela não tenha efetividade na vida do povo”, declarou.
O parlamentar também citou exemplos de operações passadas que, segundo ele, não trouxeram benefícios concretos à população.
“Eu vou citar um exemplo aqui de empréstimo que foram feitos, autorizado pela Câmara e não tem nenhuma efetividade na vida do povo: são essas paradas de ônibus. É quase um bilhão de reais que foram pedidos de empréstimos na época e que foram construídas as paradas, mas estão todas elas sucateadas, sem serventia para a população”, criticou.
Para João Pereira, a análise rigorosa é uma forma de proteger os cidadãos e evitar que erros do passado se repitam.
“Então para ter os cuidados para, inclusive, proteger a população que eu vou analisar ponto a ponto do pedido de empréstimo para que não ocorra o que aconteceu no passado”, relatou.
Economia aos cofres públicos
Segundo a Prefeitura, a expectativa é que a nova operação de crédito proporcione uma economia de até R$ 150 milhões aos cofres públicos, além de assegurar maior fôlego financeiro para investimentos em obras e serviços. A previsão é que, até dezembro, as Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs) disponham de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões para atender diretamente às demandas das comunidades.
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