O presidente da Câmara Municipal de Teresina, Enzo Samuel (PDT), voltou a criticar o atual modelo de transporte público da capital e defendeu que a cidade avalie a possibilidade de romper o contrato com as empresas que operam o sistema. As declarações foram concedidas nesta quarta-feira (17) ao PortalODia.com.
Segundo o parlamentar, o transporte coletivo se tornou um dos maiores gargalos da administração municipal. Ele citou como exemplo as condições precárias das estações de integração, que, de acordo com ele, estão “sucateadas, depredadas e sem finalidade de uso público”.
“Houve um aumento de subsídio por parte da gestão no intuito de resolver o problema, mas eu não vejo boa vontade dos empresários no sentido de resolver o problema. Eu acho que Teresina precisa discutir, sim, se não é o momento de se romper o contrato, de se ter novas empresas operando aqui, porque eu não vejo boa fé por parte de algumas empresas estarem aqui. Hoje ela simplesmente sobrevive do subsídio e não se preocupa com a qualidade do serviço”, afirmou.
Enzo destacou que pretende levar essa reivindicação para o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) e defendeu que a gestão adote uma postura mais firme diante da crise.
“Aqui não há nenhuma crítica por fazer. Aqui é o que eu sempre disse: a gente tem que procurar somar esforços para resolver o problema. Eu acho que o prefeito Silvio Mendes acertou no momento que quando ele entra na gestão ele faz um subsídio no intuito de ter mais ônibus trafegando na cidade, de melhorar o transporte, mas isso ainda não ocorreu. Então é preciso ter uma mão mais dura, uma mão mais enérgica. Eu tenho certeza que o prefeito tem esse intuito de resolver esse problema”, relatou.
O vereador ponderou que o rompimento do contrato pode não ser a solução imediata, mas reforçou que a possibilidade deve ser analisada. Para ele, a dificuldade das empresas em oferecer um serviço de qualidade mostra a necessidade de um novo planejamento do sistema de transporte público.
“Eu não sei dizer se o rompimento em si, mas é algo que tem que se pensar. Porque as empresas que hoje operam, elas não conseguem prestar um serviço com qualidade. E a gente precisa também discutir um novo plano diretor de transporte e um novo estudo de origem e destino. Para se ter ideia, esse plano já existe há mais de 10 anos que foi feito um estudo de origem e destino de transporte público na cidade de Teresina. Naquela época que foi feito esse estudo, origem e destino, qual era a referência de Teresina? Era o centro da cidade. Hoje, Teresina não é mais essa referência”, concluiu.
Em nota, o SETUT informou que as empresas seguem atuando dentro de suas responsabilidades e obrigações contratuais apesar de que o valor repassado é insuficiente.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) esclarece que o funcionamento do transporte público da capital segue em conformidade com o determinado em processo licitatório, dentro da realidade apresentada.
O valor do repasse referente ao subsídio recebido não pode ser interpretado como uma doação para as concessionárias; ao contrário, é um repasse legal, que segue as prerrogativas contidas nos contratos de concessão, e, nesse momento, o valor repassado ainda é insuficiente para garantir a ampliação e a renovação de frota do sistema. Ainda assim, o montante repassado é um auxílio fundamental à manutenção da prestação do serviço de transporte público em Teresina.
Mesmo diante da inviabilidade de qualquer expansão significativa da frota, as empresas seguem atuando de forma a atender à demanda do município, dentro de suas responsabilidades e obrigações contratuais.
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