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“Solo do viaduto da Miguel Rosa pode colapsar com aumento da umidade”, diz relatório do CREA

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI) divulgou hoje (14) o relatório completo da vistoria realizada no viaduto da Miguel Rosa. O local apresenta um desnível de 13 centímetros em sua estrutura, o que pode causar acidentes e representa risco para quem transita por ali. 

Divulgação/CREA-PI
CREA encontrou desnível de 13 centímetros no viaduto da Miguel Rosa

No documento consta vários problemas estruturais detectados no viaduto da Miguel Rosa, que foi inaugurado em 2019 e vem apresentando desgastes pelo tempo. Entre os defeitos encontrados pelo CREA estão: desnível na transição, causando danos ao pavimento, e uma diferença na junta entre as barreiras da obra no centro e nas laterais.

Foram detectados, ainda, vários danos estruturais como: trincas nos cantos internos, ruptura com separação entre os trechos horizontal e vertical, e deformação da mesa inferior da longarina. Esta estrutura é a parte mais baixa de uma viga em um viaduto, um elemento estrutural principal responsável justamente por suportar as cargas do tráfego. Daí a necessidade, segundo o CREA, de restringir o tráfego de veículos de carga no elevado até que sejam feitos os reparos.

Divulgação/CREA-PI
Vários danos estruturais foram encontrados durante a vistoria

Análise do solo

O CREA explicou que inicialmente o problema do viaduto da Miguel Rosa era tratado apenas como estrutural, mas o desnível de 13cm que foi verificado levou à necessidade de uma análise da sondagem do subsolo e se constatou a possibilidade de solo colapsível numa região de apoio. Isso significa que o viaduto está sobre um tipo de solo que pode sofrer uma redução brusca e significativa de volume se houver aumento no seu teor de umidade.

Diz o CREA: “Como a junta está sem vedação, a quantidade de água que infiltra é elevada e tal infiltração ocorre exatamente na fundação do encontro com problema. Além disso, recomenda-se a verificação do ‘empoçamento’ das águas pluviais na região durante as precipitações”.

O Conselho de Engenharia expediu algumas recomendações à Prefeitura de Teresina em caráter de emergência para recuperação e reforço do viaduto da Miguel Rosa. Estas recomendações incluem: controle imediato do tráfego limitando a velocidade e a carga máxima, e instalação de sistema de monitoramento, com medidas diárias do desnível e inspeção diária dos elementos de aparelho de apoio.

O CREA pediu ainda que a Prefeitura elabore em caráter emergencial o projeto de recuperação da estrutura e que tome medidas para avaliar com maior profundidade as condições do apoio do acesso Sul do viaduto. Caso o poder público não assegure a restrição do tráfego de veículos de carga bem como o controle da velocidade máxima, o CREA recomenda a interdição do viaduto da Miguel Rosa até que os serviços de recuperação sejam devidamente executados.

O relatório é assinado pelo presidente do Conselho, engenheiro Hércules Medeiros, e pelo coordenador técnico da comissão que avaliou a estrutura do viaduto, Pedro Wellington Gonçalves do Nascimento. O documento será enviado para a SDU Sul, Ministério Público e Defensoria Pública. A SDU deverá encaminhar uma cópia ao prefeito Silvio Mendes.


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