Em quase um ano de gestão à frente da Prefeitura de Teresina, o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) promoveu mudanças no comando de seis secretarias do primeiro escalão da administração municipal. As alterações ocorreram ao longo dos primeiros 11 meses de mandato e envolveram pedidos de exoneração, rearranjos políticos e divergências administrativas.
A mudança mais recente foi registrada no dia 21 de novembro, com a exoneração do empresário Sávio Normando do cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semdec). Inicialmente, a saída foi atribuída a motivos pessoais. Posteriormente, o prefeito Silvio Mendes efetivou o então secretário executivo da pasta, Airton Freitas Feitosa, como titular. Engenheiro de formação, Airton já presidiu a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
A primeira alteração no secretariado ocorreu em março, quando a judoca olímpica Sarah Menezes pediu exoneração da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel). À época, ela justificou a decisão alegando incompatibilidade entre o cargo público e a função de treinadora da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Com a saída, o secretário executivo da Semel, professor de judô Expedito Falcão, assumiu interinamente a pasta. Em seguida, o prefeito nomeou o vereador Zé Neto (MDB) como secretário titular.
No mês de maio, houve mudanças na área de desenvolvimento urbano e meio ambiente. O deputado estadual Aldo Gil (Progressistas) comunicou ao prefeito o interesse em deixar o comando da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul, função que exercia desde janeiro. Para substituí-lo, Silvio Mendes nomeou o vereador Aluísio Sampaio (Progressistas), que até então estava à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). Com a vacância na Semam, o deputado estadual B. Sá (Progressistas) foi convocado para assumir a pasta. Ele ocupava, como suplente, a cadeira deixada por Aldo Gil na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).
A área da saúde também passou por alterações. No dia 4 de julho, foi publicada a exoneração do então presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles Silveira. Dois dias antes, ele havia deixado o cargo alegando quebra de hierarquia e divergências internas. Em entrevista concedida no dia 3 de julho, Charles afirmou que decisões administrativas estavam sendo tomadas sem o seu conhecimento. Segundo ele, gestores de unidades hospitalares estariam sendo orientados diretamente, o que, em sua avaliação, comprometeria a condução da fundação. Não foi a primeira vez que Charles Silveira deixou cargos na gestão de Silvio Mendes em meio a divergências internas, situação que já havia ocorrido em administrações anteriores.
Na área política, outra mudança ocorreu na Secretaria Municipal de Relações Institucionais. O ex-vereador Victor Linhares (Progressistas) deixou o cargo no dia 3 de novembro e foi substituído pelo deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas). A exoneração ocorreu dois dias antes da deflagração da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis, com possível ligação à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a Polícia Civil, Victor Linhares teria recebido transferências via Pix que somam R$ 230 mil de um investigado na operação, conforme informou o delegado Anchieta Nery. A investigação aponta que os valores teriam sido movimentados e a conta posteriormente abandonada.
As mudanças no primeiro escalão indicam um início de gestão marcado por ajustes administrativos e políticos, além de desafios na articulação interna da Prefeitura de Teresina. Apesar das trocas, o prefeito Silvio Mendes tem afirmado que as alterações fazem parte do processo de alinhamento da equipe às metas da administração municipal.
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