Aconteceu nesta quarta-feira (6), na Câmara Municipal de Teresina (CMT), a oitiva da CPI do Déficit, que apura um suposto rombo de até R$ 4 bilhões nas contas da prefeitura. Na ocasião, foi ouvido o ex-secretário de Finanças e ex- vice-prefeito de Dr. Pessoa, que fez duras denúncias sobre a condução da gestão municipal. Segundo ele, “a família do ex-prefeito era quem comandava a gestão”, e a Comissão deveria, inclusive, ser renomeada para “CPI do Roubo”.
O vice-prefeito afirmou que grande parte da prefeitura era controlada por familiares do prefeito, citando pastas estratégicas como a Secretaria de Administração, Fundação Municipal de Saúde, Secretaria de Educação, Guarda Civil e Strans. Ele acusou ainda a esposa do prefeito, Samara Conceição, de comandar de fato as áreas da Saúde e Educação, mesmo sem vínculo formal com a administração.
“O problema da gestão é que o prefeito não sabia mais o que era a prefeitura e o que era a família dele. Então, a família dele fez uma bagaceira lá dentro. A esposa dele não tinha nenhum vínculo com a prefeitura, mas, de fato, é quem mandava na educação e, de fato, é quem mandava na saúde”, declarou.
O ex-secretário também denunciou que a prefeitura teria recebido cinco vagas em um curso de Medicina de uma faculdade particular de Teresina, sem cobrança de mensalidade. Segundo ele, uma vaga foi destinada à primeira-dama, outras duas a sobrinhos, e as demais foram oferecidas a ele próprio, oferta que diz ter recusado.
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Ele afirmou ainda que os secretários municipais não tinham autonomia para tomar decisões, pois todas passavam pelos familiares do prefeito. “Secretário... eu tinha era pena de ser secretário da prefeitura, tinha era pena. Não mandava em coisa nenhuma, não fazia coisa nenhuma, não decidia coisa nenhuma.”
O vice-prefeito apontou ainda o ex-gestor da Eturb, João Duarte, o “Pessoinha”, como um dos principais responsáveis por conduzir as decisões da prefeitura. Segundo ele, a “gota d’água” que o fez deixar a gestão foi quando Pessoinha passou a definir quais contratos seriam pagos. Ao questionar Dr. Pessoa sobre essa prática, teria recebido como resposta que deveria seguir o que seu filho decidisse. Com isso, encaminhou as listas de pagamento ao Ministério Público do Piauí.
“Basta saber de quanto do empréstimo deixado, que tinha em estoque deixado pelo prefeito Firmino, foi pra Eturb do Pessoinha, e verificar esse asfalto, se realmente a extensão do asfalto combina com o que foi pago, a qualidade do asfalto combina e a espessura do asfalto combina”, finalizou.
O Dr. Pessoa foi procurado por esta reportagem para prestar esclarecimentos mas informou que precisa primeiro se inteirar sobre o que foi falado pelo ex-secretário durante a CPI para tomar um posicionamento melhor.
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