A presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Leopoldina Cipriano, prestou depoimento nesta quarta-feira (17) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Déficit nas Contas Públicas de Teresina. A comissão investiga a origem e as responsabilidades pelo endividamento do município, que já ultrapassa R$ 3 bilhões, segundo o atual prefeito Silvio Mendes (União Brasil).
Na 11ª oitiva da CPI, Leopoldina reconheceu as dificuldades enfrentadas pela saúde da capital, mas garantiu que a gestão municipal trabalha para evitar um colapso no sistema, o que poderia comprometer serviços essenciais à população.
“Nós estamos trabalhando para evitar isso [colapso na saúde]. Nós estamos dialogando com as instituições e com os fornecedores para renegociarmos débitos. Estamos buscando organizar e planejar melhor as ações para evitar esse colapso. O sistema único de saúde sempre foi subfinanciado e nós pegamos a fundação numa situação complicada. Mas qual é o objetivo da gente? É planejar. Por isso é que eu não tenho nenhum medo de dizer que estou fazendo tudo com muita cautela”, declarou ao PortalODia.com.
À frente da pasta desde julho, Leopoldina afirmou ter herdado uma rede de saúde em situação frágil, tanto no aspecto financeiro quanto estrutural.
“Recebemos a FMS muita dificuldade. Eu acho que é público, a população vê a estrutura precária da nossa rede, retrata muito a nossa realidade financeira. Então nós temos hoje uma cidade que gasta mais de 34% do orçamento da prefeitura na saúde. E nós não estamos conseguindo desenvolver bem as ações ainda. Por quê? Porque nós temos muitos débitos da gestão de anos anteriores, de exercícios anteriores. O que a gente está tentando? Sanar os problemas atuais, apagar os incêndios para que a gente possa garantir a continuidade do trabalho. Mas é muito difícil”, destacou.
Entre as estratégias da FMS, a presidente citou a realização de um diagnóstico para identificar onde aplicar mais recursos, priorizando áreas de maior necessidade. Ela disse que a fundação tem buscado evitar o desabastecimento de insumos, reduzir custos e contratos, e manter a credibilidade junto a fornecedores e profissionais.
“Nós precisamos ter a credibilidade dos fornecedores, dos empregadores, dos profissionais. Para isso, nós estamos reduzindo o custo, nós estamos buscando amenizar toda a problemática financeira da Fundação”, afirmou.
Auditorias em andamento
Leopoldina também informou que duas auditorias estão em andamento para revisar contratos e identificar irregularidades. Segundo ela, a FMS já iniciou renegociações com instituições parceiras e empresas credenciadas ao SUS.
“Nós estamos hoje discutindo com os prestadores de serviço, com as empresas credenciadas que prestam serviço para o sistema do SUS, para a gente rever os valores do débito, negociar esses débitos e ter certeza de que nós vamos reduzir os danos, mas sem diminuir o serviço ofertado para a população”, concluiu.
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