A Polícia Civil autuou uma mulher por ocultação de cadáver após um feto ter sido encontrado por um motorista de aplicativo na manhã de domingo (16), no bairro Vale Quem Tem, zona Leste de Teresina. Segundo a delegada Nathália Figueiredo, responsável pelo caso, a suspeita foi localizada e conduzida à Central de Flagrantes, onde ficou calada.
De acordo com a delegada, o motorista relatou que, no sábado, por volta das 18h, transportou a mulher a partir de um estabelecimento comercial. Ela carregava um saco preto e, ao ser questionada, afirmou que se tratava de “resíduos da própria empresa que iria jogar no lixo”. A passageira pediu que o motorista parasse próximo ao endereço indicado e descartou o material à beira da rua. Ele estranhou a atitude, mas seguiu viagem.
Na manhã seguinte, ainda desconfiado, o motorista retornou ao local e abriu o saco, encontrando o feto do sexo feminino. Ele então chamou a polícia. As diligências levaram à identificação da mulher, que mora nas proximidades. Confrontada na delegacia, ela reconheceu o motorista, assim como ele a reconheceu como passageira.
A delegada afirmou que, ao ser formalmente ouvida, a suspeita exerceu o direito de permanecer calada e acabou autuada em flagrante. “Ela foi autuada por ocultação de cadáver, pagou o valor da fiança e foi liberada, mas continua na condição de investigada”, disse Nathália Figueiredo.
A investigação agora busca esclarecer em que circunstâncias ocorreu a morte da criança e se houve crime além da ocultação. Segundo a delegada, exames periciais serão fundamentais para apurar se o feto nasceu vivo ou morto, se houve aborto espontâneo ou provocado, e se a morte aconteceu durante o parto ou de forma criminosa. Ela explica que a própria suspeita já passou por exames, que confirmam gestação recente, e foi solicitado também exame toxicológico para verificar possível uso de substâncias abortivas.
O feto já passou por uma análise preliminar, que não apontou sinais de violência mecânica, mas o resultado final depende de laudos complementares. “Já nos veio a informação de que não apresenta sinais de violência, ou seja, não houve uma morte por via mecânica”, afirmou a delegada. A avaliação inicial do médico que examinou o feto indica que ele estava próximo do período de nascimento, com estimativa de cerca de 37 semanas de gestação.
A delegada comentou que apenas a conclusão dos exames poderá definir se houve crime relacionado à morte da criança. “Nós temos 30 dias para seguir com as investigações, tempo mais que suficiente para que cheguem os resultados dos exames requisitados”, finalizou Figueiredo.
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