A Rua Costa Rica, localizada no bairro Cidade Nova, Zona Sul da capital, vem sendo motivo de preocupação para moradores da região há vários anos. Isto porque um terreno desocupado e abandonado, que deveria estar limpo, hoje é tomado por lixo, restos de entulho e até animais atraídos pela sujeira.
Segundo residentes da área, o problema já dura anos e, apesar das ocasionais limpezas realizadas pela Prefeitura, a situação volta a se repetir em pouco tempo, prejudicando todos das redondezas. A Maria Júlia, aposentada que mora na esquina do terreno baldio, conta que a comunidade já pediu providências, mas nunca obteve soluções. Segundo ela, até câmeras de vigilância chegaram a ser instaladas para tentar coibir o descarte irregular, mas os aparelhos foram roubados.
“A gente reclama, mas nunca dão jeito. Disseram que iam colocar câmeras, mas roubaram e a sujeira continua. É carroceiro, é gente de fora e de longe que vem jogar lixo aqui, atrai urubu, rato. A gente fica com medo de doença”, relata a moradora. Ela ainda ressalta que não adianta o poder público tomar providências se a própria comunidade não se conscientizar sobre a situação, parando de fazer o descarte incorreto.
De acordo com Maria Júlia, a Prefeitura já chegou a enviar equipes para a limpeza da área, mas o problema continua sendo recorrente. “Eles mandam limpar hoje, mas amanhã já tem lixo de novo. Mesmo sabendo que não pode, o povo joga. Se tivesse um muro, talvez resolvesse, mas tem um em outra rua aqui perto e lá é do mesmo jeito”, comenta. A moradora também adiciona que a preocupação aumenta no período chuvoso, quando o lixo se mistura com a lama de um grotão que passa atrás do terreno.
O morador Rumão Araújo, que vive na rua há quase 50 anos, reforça que a situação vem incomodando quem mora na região há décadas. “Isso aqui já dura uns 20 anos. A Prefeitura limpa, coloca caçamba, leva tudo, mas no outro dia está cheio de novo. O problema não é só o poder público, é do povo que insiste em jogar lixo no lugar errado”, comenta.
Rumão acredita que a falta de fiscalização contribui para que a situação continue como está. “O que falta é alguém tomando conta. Podia ter segurança, vigilância, porque não adianta limpar se no dia seguinte o terreno enche de novo. Isso traz doenças, é imundice dentro de casa”, reforça o morador. Ele ainda afirma que os carroceiros são grande parte do problema, fazendo o descarte irregular de lixo e ameaçando moradores que reclamam da situação.
Sobre o assunto, a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (ETURB), informa que está ciente dos problemas na coleta domiciliar em diversos bairros da capital e reitera que vem notificando e cobrando insistentemente o Consórcio Recicle/Aurora, responsável pelo serviço, que há muito tempo vem causando transtornos à população de Teresina. Segundo a ETURB, a gestão municipal já trabalha na mudança da empresa responsável pela coleta domiciliar e na publicação de um edital definitivo para regularizar o serviço.
Enquanto o problema não é solucionado, a comunidade segue convivendo com o mau cheiro, os animais atraídos pelo lixo e a ameaça constante de doenças causadas pelo acúmulo de resíduos. Os residentes da região pedem uma solução definitiva, com limpeza mais frequente, fiscalização para coibir os carroceiros que descartam resíduos incorretamente e medidas que impeçam o uso do espaço como lixão. “A gente só quer viver em paz, sem esse monte de sujeira na porta da nossa casa”, conclui Maria Júlia.
Rebeca Negreiros especial para o Portal O Dia, com edição de Isabela Lopes.
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.