O Ministério Público ofereceu denúncia contra Luís Carlos Barbosa de Sousa, preso acusado de perseguição a dois delegados da Polícia Civil do Piauí por meio das redes sociais. Através do Instagram e do Whatsapp, ele enviava mensagens contendo palavras ofensivas e de baixo calão, fazendo acusações deliberadas contra o delegado Tales Gomes e a delegada Nathalia Figueiredo. Tales é gerente de Operações Especializadas da Polícia Civil, e Nathalia é coordenadora do Núcleo de Feminicídios.
Luís Carlos foi preso em maio deste ano e, desde então, encontra-se detido preventivamente. Conforme apurado no inquérito policial, ele atribuiu falsamente ao delegado Tales Gomes a prática de crimes e o difamou ao divulgar informações ofensivas à sua reputação com palavras que atentavam contra sua dignidade pessoal. Segundo o Ministério Público, o acusado perseguia o delegado Tales por meio de canais digitais, causando-lhe constrangimento e comprometendo sua liberdade.
Conforme a investigação, em 28 de fevereiro deste ano, Luís criou dois perfis no Instagram nos quais publicou imagens de Tales Gomes com textos que afirmam ser ele um “explorador de mulheres”. Além disso, o acusado também encaminhou via Whatsapp para o número pessoal do delegado mensagens ofensivas, referindo-se a ele com palavras de baixo calão. O MPPI entendeu que a conduta equivale ao crime de injúria. Além de Tales Gomes, a delegada Nathalia Figueiredo também é citada na denúncia como vítima de perseguição pelo acusado.
“As condutas configuram verdadeiro cerco virtual persecutório, causando constrangimento pessoal, abalo emocional e tentativa de descredibilização profissional da vítima perante a sociedade, tudo realizado por meio de redes sociais. Luís Carlos Barbosa de Sousa admitiu ser o titular dos perfis utilizados nas postagens, confessando a autoria dos crimes. As provas técnicas, laudos periciais e relatórios de missão policial confirmam a autoria e a materialidade delitiva, bem como a vinculação do denunciado aos perfis e números utilizados”, diz o MPPI na denúncia que foi oferecida.
O promotor João Paulo Santiago Sales, que assina a peça, pede que a justiça acolha a denúncia, cite Luís Carlos, convoque testemunhas para oitivas e determine a reparação dos danos materiais e morais causados às vítimas.
Coordenador do DRACO também foi ameaçado
A denúncia do Ministério Público contra Luís Carlos Barbosa de Sousa vem na mesma semana em que a polícia indiciou o grupo suspeito de ameaçar outro delegado da Polícia Civil nas redes sociais. Tratam-se de líderes de uma facção criminosa que atua em Teresina e que, segundo o inquérito, planejavam atacar o coordenador do DRACO, delegado Charles Pessoa. A célula que estaria fazendo ameaças Charles funcionava de dentro de um presídio. Segundo a polícia, as ameaças ao delegado foram motivadas por operações que resultaram na prisão de lideranças da facção.
Superintendente de Operações Integradas foi ameaçado de morte
“Tu vai morrer, satanás”. Foi esta a mensagem recebida pelo delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança, através do Instagram. As mensagens foram divulgadas em abril e o autor identificado como sendo um adolescente de 15 anos que morava em Beneditinos. Ele foi alvo de busca de apreensão por ameaçar de morte o delegado.
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