Comemorado nesta quarta-feira (01), o Dia do Idoso, também reconhecido como Dia Internacional da Terceira Idade, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data busca chamar atenção sobre o envelhecimento e incentivar o respeito, a inclusão e a proteção dos direitos da população idosa. Mais do que uma data simbólica, o dia reforça a necessidade de discutir como envelhecer de forma saudável, com autonomia e qualidade de vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 60 anos deve chegar a dois bilhões até 2050. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), daqui a 45 anos, os brasileiros com mais de 60 anos deverão corresponder a cerca de 37,8% da população do país, ou 75,3 milhões de pessoas idosas.
O aumento da expectativa de vida, porém, vem acompanhado de novos desafios, como o de manter a saúde física, mental e emocional, além de preservar os vínculos familiares e sociais, que são fundamentais nesse processo. A geriatra Joseanne Teixeira, representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), explica que o envelhecimento saudável depende de diversos pilares, que devem ser construídos desde cedo.
“A gente quer um envelhecimento cada vez mais ativo e saudável. Para isso, é preciso manter uma alimentação equilibrada, sono de qualidade, estímulos cognitivos e neuronais, além de acompanhamento médico regular. Tudo isso, aliado à prática de atividades físicas e à convivência social, garante mais autonomia e independência”, orienta Dra. Joseanne.
Segundo a especialista, o apoio da família é essencial, mas o excesso de zelo também pode ser prejudicial. “Muitos filhos ou cuidadores, por amor, acabam privando o idoso de certas atividades, e isso pode causar danos emocionais, como depressão e sensação de inutilidade. O ideal é manter a vigilância e o cuidado, mas sem tirar a autonomia deles”, explica a médica.
Joseanne ainda destaca que, diante das mudanças sociais e da redução do número de filhos por família (que tende a diminuir cada vez mais), as relações de amizade ganham ainda mais importância. “As amizades tornam-se laços fundamentais. É a ‘família que escolhemos’. São eles que darão suporte emocional e social no futuro”, ressalta.
No caso de idosos que vivem sozinhos, a recomendação é buscar momentos e exercícios em grupo e espaços de convivência. “Em Teresina, já temos diversos locais com atividades físicas, oficinas de música, fisioterapia e socialização voltadas para o público idoso. É importante que o idoso participe, mantenha o convívio e continue se sentindo parte da sociedade”, enfatiza a geriatra.
Segundo Teixeira, manter-se ativo durante toda a vida, mas especialmente na terceira idade, é mais do que um hábito que deve ser cultivado. É, também, uma forma de evitar uma vida problemática e uma velhice vazia e negativa. A rotina de exercícios físicos, o uso da internet e das redes sociais de forma benéfica (como com jogos de estímulo de memória e a socialização) são hábitos que podem manter a saúde, física e psicológica, do idoso.
A médica ainda chama atenção para a importância das consultas regulares com profissionais especializados, como o geriatra. “Não devemos esperar adoecer para procurar ajuda. A consulta geriátrica deve começar antes das doenças aparecerem. Assim, é possível identificar e controlar problemas como hipertensão e diabetes, entre outros, evitando complicações futuras”, alerta.
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