O quinto e último dia de julgamento da vereadora Tatiana Medeiros chegou ao fim na tarde desta sexta-feira (28) com dois pedidos feitos pela defesa: o de revogação da prisão domiciliar e do monitoramento eletrônico de Tatiana, e o pedido de reabertura do Instituto Vamos Juntos, projeto social criado pela vereadora e que teria sido usado para compra de votos na eleição de 2024.

Os pedidos foram feitos pelos advogados da parlamentar diretamente à juíza Junia Maria Feitosa Fialho, que preside a audiência, mas ainda deverá ser analisado por uma junta de juízes. A decisão deve sair até a próxima terça-feira (02). O Ministério Público já manifestou verbalmente na audiência o parecer contrário aos pedidos.

Tatiana Medeiros deixou o fórum eleitoral de Teresina por volta das 14h20 em silêncio. Ela já havia dito que não falaria com a imprensa. Em depoimento, a vereadora negou as acusações e exibiu um vídeo do Instituto Vamos Juntos, em que mostrava as ações desenvolvidas pelo projeto na comunidade do bairro Poty Velho.

Para o promotor de Justiça, Mário Normando, que representa o Ministério Público, a audiência foi só o primeiro passo do processo. A partir de agora, MPPI e a defesa têm cinco dias para pedir a realização de novas diligências à justiça. Os pedidos serão analisados pela juíza Junia Fialho e uma junta de magistrados. Se forem deferidas, elas serão realizadas no prazo estabelecido pela justiça.

Só depois destas diligências é que o Ministério Público e defesa farão suas alegações finais e todo o processo será remetido à junta de juízes, que vai analisar e decidir se condena ou não os réus pelos crimes imputados a eles. Questionado sobre eventuais culpas, Mário Normando preferiu não emitir nenhuma opinião.

“Acho que a questão de culpa é mais adequada de falar depois das diligências serem juntadas aos autos para termos um juízo definitivo do Ministério Público. Pode ser que a defesa junte algo que possa modificar o entendimento do MP, mas vamos aguardar para dar um juízo de valor mais para frente. Até o momento, falar sobre isso é muito precipitado”, afirmou o promotor.

A promotoria continua firme na alegação de que Alandilson Cardoso, namorado de Tatiana, tem envolvimento com o Bonde dos 40 e que teria injetado dinheiro da facção na campanha eleitoral da vereadora em 2024. No entendimento do Ministério Público, existem indícios de que a estrutura do Instituto Vamos Juntos foi usada para benefício eleitoral e que há elementos suficientes de que Alandilson tenha pelo menos alguma ligação a facção criminosa.

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