A Câmara Municipal de Teresina realizou, nesta quinta-feira (11), novas oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades nas contratações emergenciais para a limpeza pública da capital. Participaram da sessão os vereadores Deolindo Moura (PT), Delegado James Guerra (Avante), Eduardo Draga Alana (PSD), Leôndidas Júnior (PSB), Joaquim do Arroz (PT) e Fernando Lima (PDT), que preside a comissão.
O primeiro convocado a depor foi o gerente da empresa Litucera Limpeza e Engenharia Ltda., Silvaney dos Santos Nascimento. No entanto, ao se posicionar para responder aos questionamentos, ele permaneceu em silêncio, alegando que não se pronunciaria sobre o tema. Diante disso, os membros da CPI deliberaram pela substituição do depoente e aprovaram o nome do gerente de licitações da Litucera, Edmur Batista Giuriati, que respondeu às perguntas dos parlamentares.
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Apesar de comparecer, Edmur se absteve de dar maiores informações sobre greves, falta de pagamentos e o contrato regular. Em todos os questionamentos dos vereadores, evitou dar detalhes sobre como eram realizados os contatos e se a Prefeitura de Teresina cumpria com o acordo. Ao final da sessão, deixou o plenário sem conceder entrevistas.
A Litucera manteve contrato regular com a Prefeitura de Teresina de 2017 até junho de 2023. Em seguida, foram realizados dois contratos emergenciais: o primeiro, no valor de R$ 117 milhões por seis meses, e o segundo, de R$ 141 milhões, também com duração de seis meses. A empresa encerrou suas atividades na capital em junho de 2024.
Situação semelhante ocorreu com o gerente do contrato do Consórcio Aurora/Recicle, Eduardo Ribas Santos, que também foi convocado e optou por não se manifestar publicamente após prestar esclarecimentos à comissão. O consórcio assumiu a coleta de lixo em agosto de 2024, com contrato emergencial de R$ 53 milhões, que teria vigência até 19 de setembro. No entanto, encontra-se em processo de transição em razão da entrada das novas empresas que passaram a executar os serviços nesta semana. O representante do grupo informou que a atuação do consórcio se deu por via judicial.
A ausência de posicionamento das empresas chamou a atenção. O vereador Joaquim do Arroz (PT) comentou a postura dos convocados, destacando a necessidade de transparência diante da gravidade das denúncias.
Eturb presta esclarecimentos
Ainda na mesma ocasião, o presidente da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), Vicente Moreira Filho, foi convidado a prestar esclarecimentos sobre as contratações realizadas pela pasta.
O presidente da CPI, vereador Fernando Lima (PDT), reforçou que os depoimentos são essenciais para o avanço das investigações e para a obtenção de documentos que subsidiem o relatório final da comissão.
“Nosso objetivo é esclarecer os contratos emergenciais e trazer respostas à população”, afirmou.
A CPI do Lixo foi instaurada após denúncias sobre a execução da limpeza urbana em Teresina. Em agosto, diante das dificuldades no setor, o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) decretou estado de calamidade pública, medida que permitiu dar celeridade às contratações emergenciais para manter a coleta de lixo na cidade.
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