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Com saúde e limpeza em emergência, vereador pede calamidade no transporte público de Teresina

A cidade de Teresina enfrenta uma crise em diferentes setores estratégicos da administração municipal. Desde o início do ano, o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) tem alegado que, além do quadro de dificuldades financeiras herdado da gestão anterior, o município enfrenta sérios problemas na saúde pública e, mais recentemente, na limpeza urbana. Diante desse cenário, o gestor decretou estado de calamidade em ambas as áreas, com o objetivo de agilizar medidas emergenciais para garantir a continuidade dos serviços à população.

Arquivo / O DIA
Com saúde e limpeza em emergência, vereador pede calamidade no transporte público de Teresina

Entretanto, o vereador Leôndidas Júnior (PSB) defende que a crise vai além da saúde e da limpeza, atingindo também o transporte coletivo. O parlamentar sugere que o Executivo declare estado de calamidade pública no setor, como forma de buscar alternativas imediatas para a falta de ônibus e a carência de estrutura mínima que afeta milhares de usuários diariamente.

Em entrevista ao PortalODia.com, Leôndidas Júnior afirmou que não há transparência sobre a real situação do transporte na capital, mas que o impacto é visível no cotidiano da população.

“As pessoas cada vez mais têm recolhido transporte por aplicativo, a táxi, e muitas vezes até o ‘ligeirinho’. Tem sido uma viabilidade. Desde o sistema Inthegra, na verdade, os ônibus pararam de ser alimentados por dentro dos bairros, em ruas e avenidas principais. Mesmo assim, a gente ainda percebe uma diminuição da quantidade de ônibus”, disse.

Para o vereador, a decretação de emergência no setor permitiria a adoção de medidas provisórias, como a contratação de motoristas autônomos, empresas menores e até o uso de micro-ônibus de turismo, garantindo um alívio imediato à população.

Apesar disso, ele reconhece que o decreto seria apenas uma solução paliativa e defende um debate mais profundo sobre o futuro do transporte público da capital.

“São mais de 30 anos de problema no transporte coletivo. Na minha concepção a gente deveria zerar, começar de novo esse transporte, fazer uma nova licitação ou partir para a municipalização do transporte, criar um fundo de financiamento do transporte coletivo, algo no sentido da gente trocar esse modelo atual por outro. Porque da forma como está, nunca se consegue resolver a problemática do transporte coletivo em Teresina”, relatou.

Gestão busca apoio federal e internacional

O prefeito Silvio Mendes confirmou recentemente que o tema foi levado ao Governo Federal e discutido com uma instituição alemã especializada em transporte coletivo de grandes cidades. Entre as propostas apresentadas está a construção de um corredor exclusivo interligando diferentes regiões da capital e o município vizinho de Timon (MA). Dois trechos partiriam do bairro Bela Vista, na zona Sul, com destino a Timon e ao Centro de Teresina. O terceiro eixo ligaria a zona Leste à zona Sul.

Outro ponto em análise é a introdução de ônibus elétricos na frota. Estudos da Prefeitura indicam, porém, que o custo médio de cada veículo é de R$ 3 milhões, três vezes mais caro que um ônibus a diesel. Diante da dificuldade financeira do município, Sílvio Mendes considera inviável adotar o modelo no momento.

O Governo Federal pode auxiliar no financiamento desses veículos, mas Sílvio Mendes disse que é preciso ter calma para não fazer nada de forma apressada e acabar onerando um serviço que, segundo ele, já é caro e não oferta qualidade ao usuário.


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