A crise interna no diretório municipal do Partido dos Trabalhadores de Teresina ganhou um novo capítulo na manhã desta quinta-feira (24). O estopim é o fim do acordo entre Franzé Silva e Fábio Novo para a definição de quem será o candidato do partido na eleição municipal do próximo ano.
Insatisfeito com a divulgação de uma pesquisa de um instituto não contratado pelo PT, Franzé confirmou que o acordo deverá ser revisto. Já Fábio Novo questiona uma manobra no diretório municipal que tenta a destituição de dez membros do colegiado da sigla. A ação teria como objetivo aumentar o número de apoiadores de Franzé. Uma reunião da cúpula estadual da legenda foi convocada para a tarde desta quinta.
Apoiador de Fábio Novo, o vereador Dudu criticou Franzé e o presidente do diretório municipal, Cícero Magalhães.
O vereador ainda defendeu que o mais preparado seja o escolhido. Nas últimas pesquisas, Fábio Novo aparece com ampla vantagem sobre Franzé Silva.
“Nós temos as condições reais de o PT sair unificado e ir para uma eleição tranquila e eleger uma grande bancada de vereadores. Esse tipo de postura agride a democracia interna do partido. Já imaginou mudar dez membros porque ele não concorda com alguém que se diz coordenador da corrente? Quem estiver melhor preparado vai representar o partido. O Franzé e o Magalhães estão se apequenando demais”, disse Dudu.
“Ficou sem sentido”
Ao defender o rompimento do acordo com Fábio Novo, Franzé apontou os elementos que, segundo ele, teriam levado a uma quebra de confiança.
“Foi uma situação não muito agradável. Tínhamos sentado e estabelecido como seriam os três institutos. Na segunda, ele publicou um instituto que não foi o acordado, o que mina o processo que estava sendo feito e no dia seguinte apareceu uma fake news de que eu iria desistir. Apareceu de alguém que tem interesse em que ele seja escolhido. Ficou totalmente sem sentido as pesquisas. Vamos encontrar uma nova forma de fazer esse acordo”, concluiu.
Em resposta às acusações de Franzé, Fábio Novo negou envolvimento com as notícias falsas e criticou a manobra dentro do PT.
"É muito estranho que se faça uma reunião e se retire dez membros de diretório sem ter cometido nenhum tipo de ilegalidade. Esses membros acionaram o diretório municipal e estadual. Tem algo errado nesta situação. Essa fake news não partiu de ninguém ligado a mim. Vivemos em uma democracia e temos o direito de divulgar a pesquisa, não há que ter motivo para insatisfação", concluiu Fábio Novo.