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Audiência de Tatiana Medeiros entra no terceiro dia e serão ouvidas 29 pessoas

A audiência de Tatiana Medeiros chega ao terceiro dia nesta quarta-feira (26), dando continuidade à fase de instrução e julgamento que envolve a vereadora e outros oito réus. O processo, conduzido no auditório do Fórum Eleitoral da zona Sul de Teresina, está previsto para seguir até sexta-feira (28), com etapas voltadas à coleta de depoimentos e esclarecimentos sobre o caso.

Arquivo / O DIA
Audiência de Tatiana Medeiros entra no terceiro dia e serão ouvidas 29 pessoas

Nesta quarta serão ouvidas 29 pessoas, entre testemunhas de defesa e acusados. Ao longo de toda a audiência, o total de depoimentos deve chegar a 113, com acesso restrito ao público para garantir maior segurança e preservar o andamento dos trabalhos.

Entre os nomes previstos para o terceiro dia de depoimentos está o secretário de Planejamento do Piauí, Washington Bonfim, atual presidente municipal do PSB . O contador da campanha eleitoral também deve ser ouvido ainda hoje. 

A audiência segue em andamento no fórum, onde o processo avança pelas etapas previstas na instrução criminal. Segundo a juíza, Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho, o ritmo diário e as etapas futuras ainda dependem de eventuais diligências que possam ser solicitadas.

 “A gente está marcando uma média de 25 pessoas por dia. Estamos continuando com a audiência de instrução de oitiva das testemunhas arroladas na defesa. Já ouvimos o Ministério Público e agora estamos ouvindo na defesa. Segue tudo tranquilo, tudo na maior tranquilidade como tem que ser mesmo. Ainda vem fase de diligência, de requerimento de diligência, nós não sabemos quanto tempo vão levar para essas diligências serem realizadas, se elas eventualmente forem requeridas”, afirmou a juíza.

Assim como nos dias anteriores, a vereadora chegou acompanhada de seu advogado e optou por não se pronunciar. Antes de entrar no prédio, o tio e advogado de Tatiana, Francisco Medeiros, comentou a opção dela por não falar com a imprensa. “É uma decisão pessoal, uma questão particular dela”, explicou.

Jonas Carvalho
Tatiana chega para o segundo dia de audiência de instrução e julgamento

Entenda o caso

A vereadora Tatiana Medeiros, presa desde o dia 3 de abril de 2025, de acordo com a denúncia protocolada pelo Ministério Público do Piauí, fazia parte de um esquema de compra de votos que era operado por seu padrasto e mais uma assessora, e contava com o apoio financeiro de seu namorado, Alandilson Passos, integrante de uma facção criminosa. Ele teria doado para a sua campanha eleitoral em 2024 cerca de R$ 1 milhão; o dinheiro seria oriundo de atividades ilícitas. Já Stênio Ferreira, padrasto da parlamentar, seria quem movimentava as cifras milionárias em suas contas bancárias dentro do esquema.

Reprodução / Redes Sociais
Policia Federal na sede da Instituição Vamos Juntos, em Teresina

O Ministério Público também apontou que o Instituto Vamos Juntos, uma ONG criada e coordenada por Tatiana Medeiros, seria utilizada para lavar dinheiro e realizar compra de votos. Com a operação da Polícia Federal que descobriu o esquema, a parlamentar foi presa, sendo afastada das atividades da Câmara Municipal de Teresina (CMT), mas permanece recebendo os salários, já que seu mandato não foi cassado. Em seu lugar, assumiu o seu suplente, também do PSB, Leôndidas Júnior, que ocupou a vaga após 60 dias do afastamento.

Tatiana Medeiros permaneceu presa no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar até o dia 3 de junho, quando a Justiça concedeu a cautelar de prisão domiciliar por motivos de saúde. A parlamentar foi encontrada desmaiada em sua cela após tomar diversos medicamentos; ela foi encaminhada para o Hospital da Polícia Militar, que fica ao lado do local onde estava presa.

A parlamentar foi internada após, em uma vistoria, ser encontrado um celular em sua cela, com os quais Tatiana Medeiros fez chamadas de vídeo com o seu namorado, Alandilson Cardoso, que também estava preso, mas em Minas Gerais. Prints divulgados pela Polícia Federal indicaram pelo menos três ligações entre os dois. Dias depois, a mãe de Tatiana, Maria Odélia de Aguiar Medeiros, admitiu que teria entregue um iPhone à filha na sala de Estado-Maior no Quartel do Comando-Geral (QG), mas que, segundo ela, seria para que a filha pudesse ouvir orações.

Tatiana Medeiros permaneceu presa até 10 de outubro, quando o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) decidiu por sua soltura após anular um relatório financeiro que era utilizado como prova contra ela. A decisão apontou que o documento financeiro usado como prova teria sido obtido sem autorização judicial. No entanto, juristas apontavam que o uso do relatório como prova era alvo de divergência entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Com a decisão, Tatiana Medeiros retornaria à Câmara Municipal de Teresina (CMT), fazendo com que Leôndidas Júnior deixasse a Casa para ceder espaço à titular da cadeira. Mas o pleito do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) cassou a liminar e determinou que Tatiana continuasse em prisão domiciliar e afastada das funções de vereadora, podendo recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


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