O prefeito de Teresina, Silvio Mendes, recebeu nesta sexta-feira (4) vereadores da Câmara Municipal para discutir soluções emergenciais e estruturais para o aterro sanitário da capital. O encontro aconteceu no Palácio da Cidade, sede do Executivo, e tratou de medidas que buscam tanto mitigar os impactos ambientais quanto garantir assistência social às famílias que sobrevivem da catação de lixo no local.

Durante o encontro, Silvio Mendes detalhou um conjunto de ações que serão adotadas pela Prefeitura de Teresina para transformar o atual modelo de funcionamento do aterro sanitário municipal. Segundo o gestor, a principal medida será a restrição do tipo de resíduos recebidos, com o espaço passando a aceitar apenas materiais inertes, como restos de capina, varrição e entulhos da construção civil. Resíduos recicláveis, como plástico, papel, vidro e metal, passarão a ser destinados a dois aterros privados que serão contratados por meio de licitação.

“Se tem um problema desse tamanho [o aterro sanitário], para mim é o lugar mais degradante de Teresina, embora tenha os atestados de licenciamento do meio ambiente, é um atendimento sanitário controlado. E aqui, naturalmente, ouvindo, depois da visita que eles fizeram, depois que o pessoal da prefeitura fez uma abordagem mais minuciosa, a gente deu as explicações, o que foi feito, que sugestões pode fazer. A licitação que está em curso ela vai mudar a situação do aterro sanitário”, disse.

A mudança impactará diretamente a atividade dos catadores que atuam na região, muitos dos quais aumentam sua renda com a coleta de recicláveis no local. Para minimizar os efeitos sociais dessa transição, a prefeitura anunciou que vai atualizar os cadastros no CadÚnico, garantir o acesso ao Bolsa Família e avaliar a distribuição de cestas básicas para as famílias mais afetadas. A estimativa é que mais de 600 famílias em Teresina sobrevivam parcial ou totalmente dessa atividade.

Outro ponto discutido foi a segurança no entorno do aterro, especialmente em relação à presença de crianças. Segundo Silvio Mendes, a área de cerca de 50 hectares será parcialmente cercada para impedir a entrada indiscriminada de pessoas. Durante o mês de julho, período de férias escolares, o local deve receber muitas crianças, levadas pelas mães que não tem onde deixar os filhos. A prefeitura afirma que também deverá instalar no local um galpão adaptado para funcionar como espaço de acolhimento e atividades educativas, com apoio da Secretaria Municipal de Educação.

“As mães que não têm dinheiro para pagar uma babá, para deixar essas crianças em casa, elas levam seus filhos para lá, para um lugar absolutamente inadequado. Então nós vamos limpar um galpão grande que a gente tinha feito para botar pneus que estavam por conta da dengue. Então nós vamos colocar o pessoal da educação em atividades como se fosse uma escola aberta de final de semana. Criar atividades para essas crianças para não irem com as mães no local da coleta”, explicou.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Enzo Samuel (PDT), que participou da visita técnica nesta semana ao aterro e da reunião com o prefeito, considerou a decisão como acertada e responsável. Ele destacou que a nova configuração da gestão dos resíduos representa um avanço para a cidade.

“Detectamos algo que nós apresentamos para o prefeito Silvio Mendes, e eu acho que medidas mais do que acertada, porque como o próprio prefeito disse, a gente tem um aterro controlado, e com a contratação de dois privados, a gente passa realmente a ter dois aterros sanitários, onde o lixo vai ser tratado da melhor forma possível. A Câmara vê com bons olhos, decisão acertada, além de você resolver um problema social”, avaliou.

A Prefeitura de Teresina também informou que está em fase final a licitação para contratação de duas empresas que dividirão a limpeza urbana da capital. A medida deverá contribuir para uma cidade mais limpa, organizada e com melhor destinação dos resíduos sólidos.

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