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Arsete constata cobrança irregular pelo serviço de esgoto em Teresina

Depois de um grupo de consumidores acionar o Procon do Ministério Público do Piauí (MP-PI) denunciando cobrança indevida por parte da concessionária Águas de Teresina, técnicos da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Arsete) realizaram fiscalizações in loco nos meses de agosto e setembro. Nas vistorias, o órgão constatou que a empresa de águas e esgotos descumpre normas legais ao não instalar pontos de ligação de esgoto para as residências e, mesmo assim, cobrar pelo serviço.

Na prática, a Águas de Teresina age como se o serviço de esgoto estivesse disponível para o usuário apenas pelo fato de passar com a rede na rua, em frente às casas. No entanto, com base na legislação, a Arsete sustenta que somente passar com a rede não significa que o serviço está disponível. A agência reguladora diz que cabe a Águas de Teresina disponibilizar o ponto de ligação, tecnicamente chamado de TIL (Terminal de Inspeção e Limpeza), para que o usuário possa se conectar à rede, uma vez que nenhum morador pode quebrar ou fazer intervenção por conta própria direto na tubulação.

Divulgação
Fiscalização da Arsete constata cobrança irregular pelo serviço de esgoto em Teresina

Na maioria dos endereços vistoriados pela equipe da Arsete, em bairros da Zona Norte e da Zona Sul de Teresina, ficou provado que a rede coletora passa na rua, mas o ponto de ligação para as unidades consumidoras nunca foi instalado pela Águas de Teresina.

“As vistorias técnicas confirmaram as alegações dos consumidores apresentadas ao Procon/MPPI, revelando uma falha na disponibilização integral do serviço de esgotamento sanitário. Do total de endereços verificados, 18 estão localizados em logradouros que, embora a rede coletora principal esteja instalada na via pública, o Terminal de Inspeção e Limpeza (TIL) ou estrutura equivalente (ligação predial) não foi disponibilizado para a conexão da unidade consumidora. A ausência dessa estrutura impossibilita o usuário de se conectar à rede e, por conseguinte, impede a disponibilidade efetiva do serviço para fins de cobrança, mesmo que a rede principal esteja operacional. A não execução da ligação, portanto, é a causa primária da cobrança indevida enfrentada pelos consumidores.”, diz trecho do relatório da Arsete.

Agência prepara medidas

Diante da falha no serviço e da irregularidade na cobrança, a diretoria da Arsete discute a elaboração de uma Instrução Normativa que disciplina como e quando a cobrança pelo serviço será aceita. Além disso, o documento vai exigir da Águas de Teresina a comprovação de disponibilidade da rede e do ponto de ligação para que só então iniciem a cobrança da tarifa de esgoto.

A Agência Reguladora se baseia em dispositivos da Lei Federal n. 11.445/2007, do Decreto Municipal nº 14.426/2014, do Contrato de subconcessão nº 001/2017- SUPARC/SEADPREV e da Resolução Arsete nº 024/2018 que versam especificamente sobre a questão. Todos esses dispositivos legais preconizam, claramente, que o ponto de ligação é um dos itens que constituem o serviço público de esgotamento sanitário.

O que diz a Águas de Teresina

A reportagem do Portalodia.com procurou a Águas de Teresina. Em nota, a empresa disse que à medida que cada trecho da obra de esgotamento é concluído, os clientes são notificados sobre a disponibilidade da rede em suas ruas. A partir desta notificação, o imóvel fica apto a solicitar a ligação ao sistema público. De acordo com a concessionária, a cobrança pelo serviço de esgotamento sanitário passa a vigorar 30 dias após a notificação, enquanto a ligação é gratuita se solicitada em até 180 dias contados da conclusão da rede na via.

A empresa reafirmou o compromisso com a transparência e a expansão do saneamento. Confira a nota na íntegra:

A Águas de Teresina vem avançando de forma expressiva na ampliação do sistema de esgotamento sanitário da capital, com a cobertura saltando de 19% para 59% de rede disponível, em conformidade com o contrato de subconcessão e a legislação vigente.

À medida que cada trecho da obra é concluído, os clientes são notificados sobre a disponibilidade da rede em suas ruas. A partir dessa notificação, o imóvel fica apto a solicitar a ligação (TIL) ao sistema público. A cobrança pelo serviço de esgotamento sanitário passa a vigorar 30 dias após a notificação, enquanto a ligação (TIL) é gratuita se solicitada em até 180 dias contados da conclusão da rede na via.

Todo esse processo segue o que dispõe a Lei Federal nº 11.445/2007, atualizada pela Lei nº 14.026/2020, e a cláusula 32.1.11 do Contrato de Subconcessão, que determinam que o valor é devido a partir da efetiva disponibilização da infraestrutura e da notificação do usuário, independentemente da conexão do imóvel.

Ressaltamos que a conexão à rede é mais do que uma obrigação legal, é um ato de responsabilidade coletiva, pois o saneamento é instrumento de saúde pública, de transformação urbana e de cuidado com o meio ambiente. Apenas na capital piauiense, todos os dias mais de 40 milhões de litros de esgotos são tratados e devolvidos aos mananciais de forma segura.

A Águas de Teresina reafirma seu compromisso com a transparência e a expansão do saneamento, permanecendo à disposição da população 24 horas por dia pelos canais de atendimento: 0800 223 2000 (ligação gratuita e WhatsApp).


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