A tradicional residência da família Aguiar, que teve como moradores figuras ilustres na história do estado, como Dr. Eurípedes de Aguiar (ex-governador) e Genu Moraes (escritora, historiadora, jornalista e ex-vereadora), abriu suas portas ao público no último dia 21 de novembro. A exposição do local para visitação foi acompanhada da notícia de que boa parte do acervo histórico se encontra disponível para compra, com peças variadas e preços que chegam a R$ 10.000.
O Casarão, repleto de memórias e lembranças da vida de alguns dos personagens mais importantes do Piauí, fica localizado na Avenida Antonino Freire, nº 1317, no coração do Centro da capital. A casa foi erguida na década de 1920, desenhada pelo arquiteto Luís Mendes Ribeiro Gonçalves, e sua abertura excepcional ganha um novo contorno até a próxima segunda-feira (8).
Para aqueles que valorizam a história, o passado pode ser levado para casa, desde que o comprador esteja disposto a pagar o preço pelas peças, que variam de móveis seculares, santos de madeira, livros, pratarias, quadros com fotos antigas, itens de cristal e artigos pessoais preservados por gerações.
As peças em melhor estado e com mais valor simbólico e material são as mais disputadas. Algumas obras e mobiliários específicos, associados ao período original de criação do imóvel podem alcançar o valor de R$ 10.000. Já objetos menores, como louças e pequenos adornos, têm valores mais acessíveis, o que amplia o público interessado e intensifica a movimentação da casa. Entretanto, o pagamento no momento da compra só pode ser realizado através de transferência via Pix ou dinheiro em espécie.
Lydia Moraes, filha de Genu Moraes e neta de Dr. Eurípedes de Aguiar, atualmente mora no Rio de Janeiro, mas está em Teresina para acompanhar de perto o processo. A família optou por abrir o acervo ao público ao mesmo tempo em que mantém a casa visitável até o dia 8 de dezembro, permitindo que a população conheça a história que se permeia em cada cômodo antes que os objetos se dispersem.
Segundo Lydia, a decisão de vender o acervo não foi simples, mas se tornou necessária. Embora o foco da visitação esteja na memória do casarão, o volume de itens, que já teve boa parte vendida, e a dificuldade de preservação justificaram a medida.
Enquanto os visitantes circulam pelo amplo local, ainda marcado por elementos originais da década de 1920, o contraste entre contemplação e compra cria um clima peculiar. Há aqueles que entrem apenas para reviver e admirar o passado, e há quem saia levando alguns itens consigo. A venda é realizada individualmente, isto é, itens de coleções históricas podem acabar sendo separados no processo.
O casarão, conhecido por abrigar figuras marcantes do Piauí, como a própria Genu Moraes – primeira mulher a dirigir um carro na capital, primeira mulher presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, ex-vereadora de São Luís, entre outros títulos – e o ex-governador Eurípedes Aguiar, transformou-se temporariamente em uma espécie de museu-mercado, onde memória e comércio dividem espaço.
Após o esvaziamento dos itens, o próprio imóvel será colocado à venda, assim como o apartamento em que morava Genu Moraes, localizado no bairro de Fátima, zona leste da capital. A visitação do casarão permanece aberta ao público até a próxima segunda-feira (8) e as peças ficam disponíveis para venda.
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