A onda de calor que paira sobre o Piauí fez com que sete municípios do Estado registrassem algumas das maiores temperaturas do país, com termômetros atingindo até 40ºC no sábado (26). São João do Piauí está entre os municípios mais quentes, atingindo 40.4ºC.
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Além de São João do Piauí, as cidades que também enfrentaram condições de calor extremo foram: São Raimundo Nonato, que alcançou 39.9°C; Picos, que registrou 39.3°C; Alvorada do Gurguéia com 39°C; Paulistana e Bom Jesus do Piauí, que marcaram 39°C e 38.8°C, respectivamente. E, por fim, Castelo do Piauí, com 38.7°C.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu um alerta vermelho de onda de calor para 181 municípios do Piauí na sexta-feira (25), as temperaturas devem permanecer cerca de 5°C acima da média por mais de cinco dias, mantendo o calor intenso e provocando, inclusive, risco de hipertermia - aumento da temperatura corporal.
“Estamos falando de um alerta vermelho, de altíssimo risco à saúde humana, abrangendo a maior parte do estado do Piauí. Um alerta desse padrão de temperatura elevada significa que, em boa parte desses municípios, a temperatura pode superar os 40º”, aponta o meteorologista Werton Costa. O alerta estará em vigor até às 18h de segunda-feira (28).
Vale ressaltar que essa situação é agravada pela baixa umidade relativa do ar, que levou à emissão de dois alertas pelo Inmet neste domingo (27): um alerta amarelo de perigo potencial e um alerta laranja de perigo para a saúde.
A umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 12% na maior parte do Piauí, aumentando o risco de incêndios florestais e trazendo consequências para a saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.
Nestas condições, recomenda-se à população o cuidado prioritário com idosos e crianças, bastante hidratação, proteção da pele com filtro solar e a prática de atividades físicas em horários com sol mais ameno.
Onda de Calor é reflexo das mudanças climáticas, diz INMET
O calor extremo que assola o Piauí e outras regiões do mundo é um resultado direto das alterações climáticas ocorridas nas últimas décadas. Um levantamento conduzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em 2022 apontou para a possibilidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, seca e inundações, aumentarem em frequência, intensidade e duração devido às mudanças climáticas.
A comparação das Normais Climatológicas do Brasil entre os períodos de 1991 a 2020 e de 1961 a 1990 evidenciou uma redução nas chuvas e um aumento médio de 1.5°C nas temperaturas, refletindo um padrão crescente de aquecimento ao longo do tempo. Essas mudanças climáticas impactam diretamente o cotidiano das populações e requerem ações voltadas para a adaptação e mitigação dos seus efeitos.