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Piauí registra 16 feminicídios em 2024 e adere à campanha de conscientização internacional

O Piauí registrou 16 casos de feminicídio apenas no primeiro semestre de 2024. O número, que chega a ser alarmante, destaca a urgência de medidas de combate à violência contra a mulher. Em resposta a essa realidade, o estado aderiu ao ‘Banco Vermelho’, instalação que faz parte de uma campanha internacional de conscientização sobre o feminicídio. O projeto foi instalado no Parque Potycabana, zona leste de Teresina.

Assis Fernandes/ O DIA
Projeto 'Banco Vermelho' foi inaugurado nesta segunda (17)

A solenidade de inauguração do Banco Vermelho ocorreu nesta segunda-feira (17) com a presença de autoridades e especialistas em segurança pública. Zenaide Lustosa, Secretária Estadual das Mulheres, enfatizou que o principal desafio no combate ao feminicídio é a transformação da estrutura educacional. "Para alcançar o feminicídio zero, precisamos de políticas públicas robustas e orçamento adequado para as mulheres, além de promover uma mudança educacional que fomente o respeito desde cedo", destacou Lustosa.

O ‘Banco Vermelho' é um projeto originário da Itália que visa sensibilizar a sociedade sobre o feminicídio, homenageando as vítimas e promovendo uma cultura de respeito e igualdade de gênero. Durante a inauguração, a delegada Bruna Fontenele, diretora das Delegacias de Proteção à Mulher e Defesa dos Grupos Vulneráveis, ressaltou a importância da prevenção e da conscientização social para combater o feminicídio.

"Já tivemos 16 feminicídios este ano no Piauí. Essas mulheres morreram simplesmente por serem mulheres. É fundamental que toda a sociedade entenda que a violência contra a mulher é responsabilidade de todos. Cabe às mães educarem seus filhos a não serem violentos e a respeitarem as mulheres. É responsabilidade das empresas promoverem a igualdade salarial e o respeito no ambiente de trabalho. Somos nós que temos que combater esse problema, promovendo a igualdade de gênero", afirmou Fontenele.

Assis Fernandes/ O DIA
Delegada Bruna Fontenele, diretora das Delegacias de Proteção à Mulher

Vítima de tentativa de feminicídio em 2005, a terapeuta Maria Elzânia Castro, presente na solenidade, compartilhou que o marido não aceitava o fim do relacionamento e entrou armado em casa. Ela precisou se esconder e esconder os filhos para salvar suas vidas. Depois disso, Maria teve que deixar Teresina e tentou refazer sua vida em outro estado, até entender que não podia continuar fugindo.

“É um direito meu não continuar na relação e é um dever do outro aceitar a minha decisão. Hoje, compreendo que precisamos de mais do que punição; precisamos de apoio psicológico e terapias integrativas para ajudar tanto as vítimas quanto os agressores a lidarem com seus desequilíbrios emocionais", disse.

Assis Fernandes/ O DIA
Maria Elzânia Castro foi vítima de tentativa de feminicídio em 2005

O projeto Banco Vermelho já está presente em 25 estados brasileiros e países ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Espanha, Áustria, Mongólia, Austrália, Ucrânia e Argentina.

Como denunciar casos de violência contra a mulher?

O ‘Banco Vermelho’ é mais um instrumento para conscientizar a sociedade sobre a gravidade do feminicídio e da violência contra a mulher. No entanto, um dos principais meios para combater esse problema é a denúncia. Se você ou alguém que você conhece está sofrendo violência, não hesite em buscar ajuda.

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